CARIMBÓ - Cultura do Brasil
O CARIMBÓ foi concebido por um dos povos mais primitivos do Brasil, os Tupinambá. Segundo alguns historiadores de renome o povo Tupinambá era dotado de um senso criativo e crítico invulgares.
A dança do CARIMBÓ era apresentada, primordialmente, num andamento monótono como a maioria das danças indígenas. Era tocado por um tambor grande de madeira escavada o qual deu o nome à dança. Foram, entretanto, os escravos africanos que aperfeiçoaram o ritmo, revolucinando o andamento, tornando-o mais vibrante. Os portugueses, a partir do início da colonização brasileira, animados com o resultado positivo que a dança podia proporcionar a seus serviçais e observando a sensibilidade dos negros e dos indígenas, incentivaram a dança, introduzindo nela alguns elementos de origem européia. Destarte, O CARIMBÓ passou a ser uma criação das três principais etnias formadoras do povo brasileiro, e é provável que seja a única dança concebida por três etnias.
A coreografia do CARIMBÓ é apresentada em pares de duas fileiras de homens e mulheres com a frente voltada para o centro. Iniciada a música, os homens vão ao encontro das mulheres batendo palmas: é uma espécie de convite para o cortejo.
Há na dança uma indumentária específica. Os foliões dançam descalços. As mulheres usam saias longas, rodadas e coloridas, cabelos ornados com folhas e flores. Os homens usam calças de mescla ou jeans enroladas até a canela, camisas claras amarradas à altura do umbigo e um lenço cingindo o pescoço.
O CARIMBÓ surgiu inicialmente no norte do Pará e teve sua irradidação mais consistente na Ilha de Marajó onde atualmente é um dos folguedos mais presentes na cultura local.
No entanto, há uma modernização marcante do CARIMBÓ. Ao ritmo tocado outrora apenas com instrumentos de percussão, foram anexados guitarras elétricas, instrumentos de sopro como o clarinete e o sax. Foi o CARIMBÓ que deu origem à lambada, ao souk e mais recentemente ao calipso.
JOEL DE SÁ
16/09/2009.