Quem dera

Quem dera morasse em prédio de apartamentos, tendo à disposição a vida de tantos desconhecidos. O local é um porto seguro e sensual de observação. Com o vento espalhando o sabor da vida alheia e o cheiro de cada intimidade conquistada por um desconhecido.

Se morasse, ali, naquele apartamento, seria um completo vouyer sem pudor. Com olhar para cada corpo e roupas poucas, e camas vazias de dia e castigadas de noite. Da varanda a busca pela mesma mulher. Uma busca guiada por más intenções. Hoje não sabes de mim, mas te procuro. Apenas pela sede de teus gestos e palavra qualquer de tua boca. Te busco nesta madrugada, amanhã não mais. Já estarei de olho nas vizinhas.

Aécio Prado
Enviado por Aécio Prado em 08/09/2009
Código do texto: T1799798
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.