Marx contra o idealismo filosófico

Nunca é demais lembrar de como Karl Marx acertou as contas com o idealismo filosófico, gerador de tanta e confusa doutrina filosófica empapada de preconceitos de classe, de gênero, de religião, fruto da elucubração verbal dos assim chamados filósofos.

Para Marx, materialista dialético, o critério da verdade era a prática e o que realmente importava não era o interpretar do mundo feito idealisticamente pelos filósofos, mas a transformação do mundo feita pela ação política das massas organizadas.

Assim, uma dada filosofia tem valor apenas e tão somente pelo grupo ideológico que a usa para dominar e transformar o mundo, segundo os seus interesses.

O que seria da filosofia idealista de Platão se não fosse pelo fato de a mesma ter sido aproiveitada pela Igreja Católica Romana em sua dominação secular sobre a Europa Ocidental?

O que seria do confuso conjunto de idéias de Nietzsche se não fosse o fato de ter sido aproveitada pelos nazistas alemães em sua tentativa de dominar política e militarmente a Alemanha e a Europa.

(Notem, por favor, que não estou dizendo que Nietzsche era nazista, mas que os Nazistas eram Nietzscheanos. Platão também não era católico).

Também a filosofia de Marx tem o seu valor pelo uso que dela fizeram os comunistas do mundo todo, devendo-se lembrar que há em Marx um uso científico nas Ciências Sociais que independe diretamente de ideologia ou de política pela sua universalidade.

O ponto em que começa a ser bem estabelecida a filosofia materialista de Marx pode ser verificada nas Teses sobre Feuerbach, escritas em 1845 e publicadas apenas em 1888, onde se destaca a de número 11, que é tão marcante que foi usada por Prokofiev em música para o vigésimo aniversário da revolução russa.

11

“”Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo””.

Aqui Marx proclama o fim da filosofia especulativa, visto que o que importa não é interpretar o mundo, mas transformá-lo. E para transformá-lo não são necessárias filosofias, mas, sim, Ciências.

E assim, desabam os misticismos e as tergiversações.