O pai do niilismo?
O pai do niilismo não é Nietzsche nem tampouco Schopenhauer. Se ambos tivessem se aprofundado nos escritos hebraicos, teriam percebido que não há fonte maior de contradição filosófica do que nos livros ditos sagrados, como os livro de Jó e Eclesiastes. Em Salomão, que tinha mais largueza de espírito do que seu pai David, é lá que reside toda matéria dos grandes sábios que lhe sucederam. David que apesar de ser poeta não escreveu sozinho os livros dos salmos é um escopo daquilo que seria explicado por grandes pensadores. Em David, no espetacular livro que leva o nome de II de Samuel encontramos a inquietação de Hamlet. A confusa expressão ser ou não ser és a questão, a auto inconformação. Horácio que me perdoe, também não é dele esta frase original que Machado de Assis satiriza em crônica social, e que Shakespeare reescreve com maestria e falta de pudor de se apoderar da sapiência alheia.
O homem que não sabe ser mau não pode ser bom.