ELEIÇÃO INFORMATIZADA - MAIS COMPLICADA?

Com a chegada do sistema informatizado, a eleição no Brasil se tornou a mais moderna do mundo. Mas isso se transformou em um mico que as massas ignaras têm que pagar de dois em dois anos. Eu explico: Antigamente os brasileiros só precisavam conhecer a letra X para cumprir sua obrigação de votar. Chegava na cabine indevassável e colocava um X em qualquer quadro, ou em todos, ou em nenhum. Estava cumprido seu dever cívico.

Hoje, com as "facilidades" do mundo digital, os eleitores do mundo da impressão digital (mela-dedo) não têm com usar seu precioso conhecimento da letra X, pois essa letra se tornou inútil na urna eletrônica. O eleitor de hoje precisa suar a camisa para estudar os seguintes assuntos: Aritmética: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9. Precisa também saber de cor pelo menos três cores: verde (confirma); laranja (corrige); e branco (votar em branco). Não sabe como fazer para anular conscientemente o voto. Ele o anula por não saber votar mesmo.

O X era apenas uma letra. Os algarismos são dez. As cores são três. Não seria mais fácil que a urna tivesse um STICK e uma tela touch-screen, para os eleitores pegarem o STICK e escreverem um X no candidato? Para vereador era só fazer como antigamente. Não votar em candidato algum, pois não é uma questão de botar o X, mas sim de escrever seu complexo número de cinco algarismos ou, ainda pior, seu nome. Dificilmente um vereador vai ter um nome de uma letra só, principalmente X.

E no plebiscito das armas? Era preciso conhecer o número 1, a palavra SIM, o número 2 e a palavra NÃO. Não precisava se dar ao trabalho de ler na tela "Lei nº 10.826, de 22/12/2003 - O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?"

Que maldade! Colocar nosso povo para uma votação complexa como a nossa! Vamos deixar essa urna eletrônica para quando o povo, ou pelo menos uns sessenta por cento dele, conhecer todos os sinais utilizados na urna: algarismos (todos); e cores (só três). E teremos plena democracia para os cargos majoritários. Quanto aos proporcionais (vereadores, deputados e senadores) deixa para uma outra oportunidade, se o planeta não for destruído daqui pra lá.

António Fernando
Enviado por António Fernando em 15/07/2009
Reeditado em 03/08/2009
Código do texto: T1701745
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