caminhos

não era hora pra isso.todas as notícias do dia esgostadas em sangue fétido.todas elas espalhadas na sala.

não poderia ter aberto a porta e aceitado interferência tamanha.

as cortinas fechadas.ritual de isolamento pra parto.tentação de serrar pano e avistar gritos de pólvora.-a rua não era sua poeta!

era pra esquecer.todos os teus cigarros te serviam em cela de cimento alugado.porquê?sair assim,pacto quebrado.sair a esmo.em despistar de café novo com notícias velhas em folhas frescas.

seu mundo era ali,naquela manhã.seu novo habitar.

veja Debussy trazendo Clair pela mão.em desconforto pela sala.sala impregnada de manchetes que sufocam.

os papéis foram trocados e o mundo influenciou sua obra.a estrangulou no parto.

sei que nessa manhã,com notebook no colo,sem notícias de amigos e infestado de vírus e propagandas.

trânsito infernal.10:30.levantou da mesa sem pagar e desobedeceu.