Confabulações Internas

Será que é inato ao ser humano desejar a imortalidade?

Meu desejo, desde infante, de ser uma vampira é a expressão mais explícita do real desejo de não morrer, ou é a expressão do medo da morte? Do medo do desconhecido?

Deveria eu ler mais sobre espiritismo? Sobre bruxaria? Sobre o inconsciente?

Meu desejo tão forte de ter um filho poderia ser considerado “desejo por platéia”? Ou deveria ser visto como sendo desejo de deixar algo para a posteridade, engrandecimento pessoal, como se eu dissesse “Sociedade, veja! Fiz meu papel trabalhando, tendo filhos, plantando uma árvore”?

O meu tabagismo poderia ser configurado como uma negação a este desejo de imortalidade, ou seria a revolta em meu inconsciente sobre este assunto fazendo com que eu infrinja deliberadamente as regras ditadas pelo inconsciente coletivo de auto-preservação? Seria meu vício somente, e tão somente, uma muleta psicológica para alívio de minhas tensões, ou é realmente uma necessidade física que não poderá ser cuidada como parte de minha psique?

Esta gana pelas histórias de Stephanie Meyer, deste amor incondicional de Edward Cullen por Bella Swan (e vice-versa), é o meu desejo e necessidade latentes de ser protegida e adorada como a protagonista dos livros?

Sendo isto, o que creio que seja, não é incongruente desejar me envolver com homens submissos e que façam o que EU desejo, sem ter a “proteção” que todo homem, de acordo com nossa sociedade, deve dar à sua companheira? Seria o medo de me ver (e que me vejam) fraca, frágil e necessitada de cuidados o ponto chave para ter esta postura forte e imbatível que tanto tento mostrar a todos que me rodeiam?

Minha “fome” de livros, incompreensível pelas mulheres ditas normais, pensando primeiramente na compra dos escritos ao invés de roupas e acessórios, seria uma fuga da vida que não vivo e gostaria de viver? Seria mais uma forma de confrontar/contestar a Sociedade que prima pelo visual e não pelo conteúdo? Poderia, também, ser devida à minha vontade/necessidade de platéia, mostrando que sou diferente da grande maioria? Necessidade/desejo de reconhecimento de meu intelecto compensando meu visual que não está conforme as regras impostas a todas as mulheres?

Creio que nem mesmo Freud possa explicar essas e tantas outras indagações de meu âmago.

Foxy Lady
Enviado por Foxy Lady em 06/07/2009
Código do texto: T1685595
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