EM QUE LÁBIOS


Uma palavra encerra-se
Límpida, ampla e mágica
Como a noite dos amantes é
Verbo das vulcânicas tormentas
Carne em nervoso vento sudoeste
Acontecendo possuída, e quedada
Tal sereia em convulsão de guerra
Que a vaga em mar revolto traga

Que escolha... Esfomeada
Até final do espasmo dar-se
São olhos que só veem por dentro agora
E se harmonizam às curvas em doçura
Tateando o nada que se forma em torno

E o mundo se confunde todo
E os braços viram asas
E o silêncio se aprofunda
Quando em gozo tudo some
Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 11/06/2009
Reeditado em 12/06/2009
Código do texto: T1643605
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