A'deus

...Um dia posto os olhos ao longe... além das flores que ardiam – vermelhas, brancas, amarelas- sentiu correr-lhe o caminho da vida, véus sem alcance.

Enquanto corriam, caíam

os olhos,

ouviam o ácer afogar-se e seu cantar inaudível trincava as cores do jardim...

Reflexo cansado que os anos lhe dera.

Mobilidade dispersa.

Na esquina, ao atravessar a ponte o garoto acenava ao resto de luz que o vermelho produzia.

Suas mãos esguias no dorso que elevava a ponte, envolvia a madeira fria – nuvens mornas a pingar do céu - e o entorno curvo alçando a travessia, oferecia-se cinza ao apoio do último passo.

Os pés ao elevarem o impulso ébrio de vida prostraram-se.

Em frenesi.

Ante os pedaços coloridos que no céu partiam.