América Vermelha
Os cadernos econômicos trazem como destaque a concordata da General Motors, um ícone do american way. O principal pilar da indústria automobilística americana.
A matéria disseca a intervenção do governo americano no esforço de evitar o desaparecimento da companhia, cinqüenta bilhões de dólares, até o momento presente, transformaram o fiscal regulador em sócio de um modelo exausto de uma economia deprimida.
Desde o início da crise o governo americano vem tornando-se o principal agente na econômica americana, é o maior investidor na área financeira comercial e corporativa, através das participações adquiridas nas ações de saneamento de instituições em risco e já controla o mercado de seguros.
Aumentou significativamente a sua participação no mercado hipotecário, numa ação que gerou um prejuízo significativo para toda a sociedade americana. As taxas de desemprego estão na proporção do desastre e as conseqüências ainda são incalculáveis.
A direção que a administração americana vem apontando é a da capitalização, via Estado, como forma de preservar empresas e empregos. Tais ações darão conta de uma crise desta dimensão?
A institucionalização da crise via mecanismos de Estado revela problemas de regulação e fiscalização, logo será necessário além das medidas tópicas reformularem as ferramentas que deveriam preservar empresas, e limitar as ações dos dirigentes, que diante de tal crise, reagiram distantes e indiferentes as conseqüências sociais de suas administrações.
Calculada as perdas em todas as etapas, desde empregos, valores das empresas no mercado de capitais, até as fontes de financiamentos que foram contaminadas pelas incertezas do mercado, restará uma nova América, menos mercado e mais Estado, visivelmente mais pobre.
A intervenção aponta para um modelo de Estado-ator que se opõe a vocação natural livre empreendedora americana, cria uma relação desigual com a concorrência internacional e estabelece salvaguardas comerciais numa esfera que foge de sua competência.
É possível ponderar que esta seja uma circunstancia especial devido ao cenário de crise, no entanto, os problemas conjunturais de uma economia com uma regulação inadequada, prevêem diagnósticos igualmente equivocados.
A administração federal tem reagido aos focos da crise, os mercados aguardam um diagnóstico mais abrangente, que inclua ainda as ações corretivas que o governo pretenda adotar para garantir que não sucedam outras crises como esta.
Refletindo sobre a utopia marxista, os eventos e agentes desta crise reportam a sabotagem da inteligência soviética no período da guerra fria; mas já se vão outros tempos.