Penumbra

É noite.
Olho o céu. Não há estrelas.
Apenas a escuridão nublada.
Venta frio, e o barulho a correr pela copa das árvores
por um momento parece assustar. Mas é esse mesmo vento que bate em minha face e se sobressae entre meio aos meus cabelos.
Então sinto a brisa que me toca o rosto, e penso em ser as tuas mãos.
Debaixo desta luz fraca, caneta e papel na mão, venho de novo em meio à noite, debaixo da penumbra do dia que começa aos poucos, falar pra você.
O vento continua.
Não tão forte quanto antes. Acho que ele também quer me ouvir.
Ele ouvirá meus pensamentos, meus suspiros.
Nestes meus pensamentos, busco por algo que me possa lembrar você.
Existiria tamanha formosura em meu mundo real?
Engraçado.
Não encontro nada.
A única imagem permitida em minha mente é aquela de seu sorriso
timido, de seu olhar distante. Um jeito que sem perceber foi tomando
conta de meus dias. Se apoderou. Ficou.
Talvez seja loucura minha estar aqui diante dessa folha aos rabiscos...
Talvez nem devesse ter vindo olhar a noite.
Não quero acordar você. Fique de olhos fechados.
Me deixe só te olhar. E te amar assim, incostantemente.
Um sorriso em teus lábios. Estaria eu em teus sonhos?
Quisera estar correndo ao seu encontro, estar nesse sonho bom.
Mas, me afasto de você.
Te olho mais uma vez antes que a porta se feche.
Te deixo sonhando, sorrindo, querendo..e eu amando.
Me basta saber que você existe em algum lugar.
E que sou provida de coração, para poder toda as noites
em pensamentos te buscar.


Bel Allana
Enviado por Bel Allana em 01/06/2009
Reeditado em 01/07/2009
Código do texto: T1626471