ENTRE OS "RATOS" E AS "MANGAS":
Certa vez escrevi por aqui um poema sobre o subliminar, aquele "dito mas não dito" que vive a invadir a vida da gente.
E hoje me ocorreu um fato interessante quando escolhia algumas canções para cantar para os áudios aqui do recanto.
Tenho por hábito publicar por aqui as canções que as considero parte importante do nosso cancioneiro popular, aquelas que marcaram época na nossa história artística e em especial na minha vida "mais jovem', digamos assim.
E hoje, senti que saltei do oito para o oitenta, quando cantei uma letra de CAZUZA e outra de ALCEU VALENÇA.
Poeticamente saltei da dureza dos "ratos" do primeiro, para a leveza dos "braços" da "morena tropicana" do segundo.
Meus títulos dos áudios sempre são alusivos a algo que sinto dos poemas que letram as melodias, DAQUILO QUE ME TOCA PROFUNDAMENTE.
Para o chamado do poema de Alceu eu gritei: ISSO É BRASIL!
Porém, infelizmente, o poema de CAZUZA TAMBÉM CONTINUA A SER BRASIL.
Foi aí que me veio a idéia do presente ensaio, na tentativa de "linkar" e voltar o pensamento às duas obras "subliminares" que cantei.
De fato e felizmente, ainda somos (apesar das devastações) a vasta BIODIVERSIDADE decantada por ALCEU, infelizmente porém, diante duma crônica SOCIOADVERSIDADE, essa tão bem cantada como os museus de sempre do CAZUZA.
Interessante...somos um perene país dos contrastes...deveras.
Resta-nos saber até quando o poema de Alceu ainda estará valendo, porque o do Cazuza é o museu de sempre.
Foi aí que resolvi perguntar: até quando nossas mangas serão desfrutadas pelos ratos?
Até quando o nada subliminar das artes poéticas estará nesse nosso cotidiano real e assolador...muito longe de ser artístico?