Viajante errante.

Às vezes procuro explicação para o que sou.

Tudo seria tão fácil se não complicasse em um relapso.

Procuro por algo que esta na frente do espelho quando o olho.

Não seria apenas meu reflexo, mas o eu mais profundo que nesse momento obscuro tento desvendar. Onde deixei a clareza de tudo que aprendi nesta vida? Isso me prova que a vida também é uma escola e interpretá-la não é a mesma coisa que interpretar um texto. É como sentar-se em um escritório, organizar todos aqueles papéis, processos, burocracias padronizadas que fazem parte do dia a dia e depois querer fazer o mesmo com seus colaboradores cheios de vaidade, de problemas, de sentimentos, que não queremos entender e nem fazer parte do que passam em suas vidas. Na verdade, mesmo não querendo fazemos parte de um monte de coisas das quais não queríamos estar envolvidos. Diretamente ou não, a vida nos coloca em lugares e momentos que muitas vezes não compreendemos o que será nossa missão. Não sei se escrevo por desalento, se é angustia o que sinto neste momento ou se é pura reflexão.

Chamam-me de poeta, dizem que o que escrevo é muito bom, então de onde vem meu sentimento de solidão? Com tantas pessoas ao meu lado e todas me conhecem bem, meus acertos, meus defeitos, que me fazem sentir mais humano e vivo, mesmo assim busco a solidão. Mesmo quando estão do meu lado às vezes sinto estar só e preciso destes momentos para me organizar, refletir e poder mais uma vez buscar lá no âmago de minha alma, minha mais sublime face, o eu a quem devo essas explicações de incompreensões que busco sanar através do conhecer-te a ti mesmo, que é o que ainda não atingi, pois às vezes me desfaço para poder me refazer tentando entender a mim mesmo e assim poder entender um pouquinho do que sou. Este sou eu errante, viajante deste mundo em busca de uma simples verdade, a minha verdade, pois acredito que somente ela me conduzirá a verdadeira felicidade.