Sobre reencarnação
Sabe, tornei-me simpatizante espírita num momento de dor. É cômodo acreditar que após a morte (no caso, uma seguida da outra), pessoas importantes estarão mais vivas e melhor do que nós mesmos. Essa foi a parte fácil. Por esta porta adentrei o mundo do espiritismo e comecei a ler sobre ele; livro dos espíritos, o Evangelho...daí me deparei com a questão da evolução espiritual. Desde então a comodidade que outrora me confortava passou a me incomodar sobremaneira! Como é que quem padece pode aceitar que padece por algo de que nem se lembra ter feito? Não acho justo. Ao menos se soubéssemos o tamanho do delito cometido poderíamos ver se é justo o tamanho da penitência que ora pagamos. Tomada de decepção, decidi não deixar pra Deus esta tarefa e passei eu mesma a policiar meus atos, consciente de que eles têm enorme peso hoje, aqui na Terra, no presente e no futuro das pessoas e do planeta. Em relação aos que se foram, e mesmo para me encorajar em minha própria passagem, fico com a comodidade de pensar numa nova vida, num lugar sem dor, sem injustiças, sem provações, sem pecados, sem penitências. Nada de paraísos tediosos ao som de harpas nem dos rios borbulhantes do inferno. Só uma versão melhorada da nossa Terra.