Capitalismo. Uma manifestação do senso comum.

Desde que me conheço por gente ouço falar sobre o capitalismo. Pode-se falar sobre ele de diversas maneiras: comercial, industrial, monopolista, financeiro, selvagem, informacional, e mais uma infinidade de expressões. Como senso comum, quero deter-me o menos possível em formalidades, em vocábulos ou qualquer definição científica.

O capitalismo surgiu com a revolução industrial. Parece que foi aí o estopim desse massacre humano, eu diria que foi aí uma forma cruel de “enxugar” a raça humana e destruir o planeta.. Isso está parecendo uma conclusão moralista. Vamos deixar o julgamento da minha conclusão para o final desse texto. Bom, voltando sobre o “enxugar da raça humana”. Como senso comum, não posso comprovar só especular. Penso que o pós revolução industrial ao consolidar o capitalismo, foi o responsável pelas duas grandes guerras e toda a forma de exploração quer econômica, quer humana que a história já presenciou.

Não foi o bastante os horrores das grandes guerras, ainda deflagrou-se pequenas guerras pelo mundo quer pelo petróleo, quer por minérios, quer por hegemonia, quer por soberania, quer por qualquer desculpa que tenha um fim último: o poder econômico. Não é preciso ser muito inteligente, nem conhecer muito de política e economia pra saber que tudo no capitalismo gira em torno dos bens materiais, até mesmo as pessoas.

Acredito em Marx, não porque eu seja uma leitora sistemática de sua teoria, aliás, nunca consegui avançar muito nas leituras de seus textos. Não que eles sejam difíceis, mas por despertarem o meu pior lado, a revolta, a rebeldia. Não acredito que a revolução, como é pregada no marxismo seja a solução. Se assim fosse, o mundo seria comunista hoje e não capitalista. Afinal, tivemos uma revolução nos moldes e ideais marxista. Mas acredito que há a possibilidade de socialização. O que deu errado? Uma frase que acho ser a pedra filosofal do marxismo: “ O comunismo só vai ser implantado no mundo, quando houver a superação do capitalismo.” Podemos dizer que o capitalismo já foi superado? Com certeza não.

Outro dia fiquei estarrecida até onde o capitalismo “mete sua colher”. Lendo um artigo na Revista Planeta, numa manchete, está a absurda inversão de valores impostas pelo capitalismo:O Estado de São Paulo está fazendo o reflorestamento das áreas próximas às hidrelétricas. É um projeto sério, em parceria com a USP. Mas sabem qual o objetivo principal? Vou copiar na íntegra a nota: “...A metodologia usada, criada pela AES e aprovada pela ONU em 2007, permitirá medir a quantidade de dióxido de carbono resgatada do meio ambiente; os créditos gerados depois serão COMERCIALIZADOS com os países signatários do protocolo de Kyoto...” Engraçado, não é mais importante salvar o planeta que habitamos, que diga-se de passagem, está agonizando?

Cada dia mais o capitalismo com seu ideal de melhorar a qualidade de vida do ser humano, explora mais, escraviza, banaliza a nossa civilização. O ser humano é tão ignorante, ingênuo que ainda acredita que a vida no planeta melhorou. Afinal agora temos a tecnologia, que sem ela, nem eu mesma estaria expressando minhas ideias aqui, mas com certeza estaria de uma outra forma. Sabemos que o capitalismo se alimenta de opostos, quanto menos têm mais, mais têm menos. O poder é o que domina o capitalismo. O poder é a mola propulsora da perdição humana.

Então acho que eu diria sem querer dar uma de moralista, mas há que se superar a sede de poder para que se supere o capitalismo. Enquanto o homem não conseguir superar a si mesmo, tudo continuará como está. E temos que tomar cuidado, do jeito que as coisas andam, daqui a pouco haverá um espertinho que vai descobrir alguma forma macabra de obter bens materiais e consequente capital de alguma maneira absurda, como é o caso acima citado. E mais uma vez com certeza pagaremos a conta. 21/04/2009

Darlene Polimene Caires
Enviado por Darlene Polimene Caires em 21/04/2009
Código do texto: T1551442
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