A ilha da fantasia.

Quantos genocídios de africanos ou de judeus serão necessários para que o mundo desenvolvido resolva desenvolver políticas solidárias para tornar menos penosa a vida dos homens das ilhas que lhes cercam e que lhes alimentam?

Vez por outra, vemos as grandes reuniões das maiores potências do planeta, em torno de temas voltados para conservação do meio ambiente, ou com finalidade de somar esforços para combater o terrorismo oriental... Não vemos sequer, se falar em distribuição de renda para fortalecer os países miseráveis, onde milhões de vidas, sobretudo de crianças são ceifadas a cada minuto. São milhões de mortos que não cabem e nem interessam às estatísticas do resto do mundo. Os ricos estão preocupados apenas em manter-se no topo, no lugar que conseguiram alcançar pisando as cabeças dos mais fracos. Conflitos no oriente, fome na áfrica, aquecimento global são pautas para apresentarem discursos inflamados de retórica e hipocrisia, (não cenários) para um debate sincero e justo. Quem fala e quem ouve já chega com tudo ensaiado. Geralmente a mídia dá mais importância ao tipo de terno com que se apresentaram seus governantes ou do lado de quem se assentaram. Também é desses encontros que saem os novos candidatos a artista, global ou hollywoodiano para o cenário político mundial. Comentários elogiosos e rasgações de cedas entrem os mais visíveis mundialmente são comuns, e dentro desse ambiente os homens se esquecem dos seus irmãos de carne e osso.

Há, em nosso mundo globalizado, um tema em voga: uma crise que não desculpou ninguém, todos, grandes e pequenos cometeram o mesmo erro, deslumbrado com o poder do capital, gastaram mais do que deviam ou podiam gastar... Agora estão sob um manto negro de incertezas, desesperados sem saber o que fazer... Investem todo seu dinheiro em empresas falidas, com argumentos de manterem os empregos daqueles que precisam continuar pagando impostos e comprando os serviços e os bens dos seus aliados... Não tenho dúvida quanto ao sucesso que alcançaram. O mundo sairá da crise, pois à alma humana nada é impossível. Todavia, cumpre lembrar, que os ricos continuarão, ainda que menos ricos, com bastante poder para manter os pobres sob cabrestos. Os pobres, porém, mais pobres ficaram, pois esta altíssima conta precisa ser pagar por alguém.

Que mundo é este, em que por meios tecnológicos, tudo se tornou possível, mas, que não nos é permitido viver em liberdade? Os discursos estão vencidos. Um mundo globalizado só será livre de fato quando os homens aprenderem a praticar o dar sem receber, ou pelo menos sem estipularem valores para suas boas ações.