NOSSOS CONTRA-SENSOS CULTURAIS

Quem me conhece sabe que defendo o magistério com unhas e dentes.

Defendo porque o considero uma carreira muito bonita além de prioridade essencial. Em educação temos o direito e o dever de redundar...em nome da sua importância.

Tudo que somos enquanto pessoas e Nação, passa por um professor.

Porém ultimamente , acompanhando as notícias sobre a educação sensu lato pelo nosso país afora, confesso que me perco nas conclusões.

Muito se fala, pouco se vê.

Hoje, numa instituição, folheando uma revista ÉPOCA não tão antiga,, me chamou a atenção uma rodapé de notícia: "professores que ensinam tiram notas vermelhas".

Certo, essa notícia bate com a realidade, ao menos dos novos professores que estão chegando para o ensino fundamental, e me parece que não nos é nehuma novidade pois vivemos a problemática no dia a dia.

Paralelamente ao fato, nessa semana a imprensa nos mostrou que uma escola da grande São Paulo foi premiada por atingir metas acima do esperado, o que sem dúvida alguma nos deixa felizes.

E o Governo do Estado presenteou aos professores com um bonus no salário.

Confesso que senti um certo incômodo, não pelo Bônus, mas pela mensagem SUBLIMINAR do tal ato administrativo.

Na verdade, professores ou quaisquer profissionais do setor público ou privado,têm que ter proventos que reconheçam o seu valor agregado.

A mensagem que chegou a mim com o tal ato foi a de que contratamos por um provento...mas...se cumprirem as metas, todos serão premiados.

Isto é lamentável, porque subentende-se que se aceita, pelos parcos proventos que se paga, que as metas possam não ser atingidas.

E em se tratando de educação , esta visão é peocupante demais.

Por aí, é tudo assim, vide o que ocorre desde o CONGRESSO NACIONAL até os times de FUTEBOL , aos quais , a esses últimos, já se pensou em oferecer um plus de gratificação para se ganhar a partida.

Não consigo entender tal proposta, PORQUE VAI NO CONTRA- FLUXO DA ESSÊNCIA DE QUALQUER ARTE.

E no que se refere ao setor público, penso que a situação alarmante pela quail passam a educação e a saúde, está muito longe de se resolver com premiação ancoradas em metas. Metas é o óbvio!Ninguém trabalha sem metas, ora essa!

Invistam na prioridade , formem melhores profissionais e reconheçam o valor de cada um deles com salários.

A dignidade de cada profissional não pode se submeter à pseudo caridade política de quem administra.

É de chocar que pessoas que se dizem líderes de governo, ainda pensem e ajam sob certos instrumentos de manipulação, inclusive das estatísticas que não mostram nossa realidade, assim perpetuando nossos contra-sensos culturais, que tão bem explicam nossa inércia cidadã.