Melancolia
O estado grave de quem não mais quer se manter revestido
Desse pesado envoltório sujo e tão abençoado
O sentimento da alma liberta e livre me dá saudades
De ser quem sou realmente, sem nada que me entrave
A falta triste da pessoa mais certa que já houve
A vida inteira que se afigura nos meus olhos, mas sem ela
A nova pessoa que se apresenta e tenta conquistar um lugar
Meus olhos verdes e anuviados de pranto da saudade de ser livre
Meus olhos azuis da raiva de não me decidir
Minha triste prepotência de não aceitar a derrota
Minha melancolia por sentir vontade de não mais viver
Não mais viver essa vida que não é de mentira, mas machuca
Novos e estranhos caminhos
Me fazem pensar o quanto tudo já mudou por aqui
Por aqui, dentro e fora?
Não, que sou eu mesmo sempre, a mesma essência
E a única coisa que me resta
É ser sempre eu mesmo
E aceitar que essa é a minha vida
Assumir os riscos de ser errante e errado
Está tudo em suas mãos, Mestre
Que eu vou me inspirar para decidir
Entre todos os caminhos que se mostram
Entre todas as idéias que me acometem
E a melancolia, que se vá
Suportá-la-ei enquanto preciso
Mas não aceitarei que se instale para sempre
Pois tenho o dever de ser um discípulo, e servir