Melancolia

O estado grave de quem não mais quer se manter revestido

Desse pesado envoltório sujo e tão abençoado

O sentimento da alma liberta e livre me dá saudades

De ser quem sou realmente, sem nada que me entrave

A falta triste da pessoa mais certa que já houve

A vida inteira que se afigura nos meus olhos, mas sem ela

A nova pessoa que se apresenta e tenta conquistar um lugar

Meus olhos verdes e anuviados de pranto da saudade de ser livre

Meus olhos azuis da raiva de não me decidir

Minha triste prepotência de não aceitar a derrota

Minha melancolia por sentir vontade de não mais viver

Não mais viver essa vida que não é de mentira, mas machuca

Novos e estranhos caminhos

Me fazem pensar o quanto tudo já mudou por aqui

Por aqui, dentro e fora?

Não, que sou eu mesmo sempre, a mesma essência

E a única coisa que me resta

É ser sempre eu mesmo

E aceitar que essa é a minha vida

Assumir os riscos de ser errante e errado

Está tudo em suas mãos, Mestre

Que eu vou me inspirar para decidir

Entre todos os caminhos que se mostram

Entre todas as idéias que me acometem

E a melancolia, que se vá

Suportá-la-ei enquanto preciso

Mas não aceitarei que se instale para sempre

Pois tenho o dever de ser um discípulo, e servir

O Anjo Negro
Enviado por O Anjo Negro em 23/03/2009
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