Divagando sobre rios e oceano

Outro dia recebi uma mensagem com uns dizeres do Osho. Esse homem é uma verdadeira incógnita, talvez tanto quanto Castañeda . Com certeza são pessoas que conseguiram de um modo artificial, chegar ao âmago de questões que a gente se debate na vida. A gente quem? Aqueles que não se enquadram totalmente, não se encaixam nesse mundo de materialidade pura e simplesmente e com o susto desperta. Eu tinha um professor na filosofia que dizia: Depois que a gente se assusta e desperta, não tem mais jeito, não dorme mais.

Bom, voltando às palavras de Osho: “O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece, porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano. Mas tornar-se oceano.Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento. Assim somos nós. Voltar é impossível na existência. Você pode ir em frente e se arriscar. Coragem! Torne-se OCEANO !!! “

Deveras, não há como voltar em nada que foi feito. Não há nem como parar, porque a vida é movimento e por mais que queiramos ficar estagnados, não adianta, como uma tsunami a vida nos empurra pra frente. De um jeito ou de outro, somos arremessados ao futuro, que se torna presente. É preciso coragem? Sim, ela é a alavanca que nos impulsiona pra frente. Só que em certas contingências, com ou sem coragem nos vemos na roda da fortuna girando, girando... ora em cima, ora embaixo...

Mas o mais surpreendente nesse trecho, que mais me chamou a atenção, foi que ao tornar-se oceano, o rio deixa de existir...como se perdesse a individualidade. Seria isso a morte? Seria isso o que a natureza está nos mostrando com exemplos? Tudo o que morre dilui-se no todo? Será nosso fim? E a alma, espírito? Meus sentidos veem o corpo diluir-se na terra, mas minha intuição recusa-se a acreditar que sou nada.

O que há?

Há o agora! Há o instante! Tudo o mais fica a cargo de uma frase de Sócrates acredito tenha dito num desses momentos em que seu ser gritava por explicações que estavam além, muito além de nossa vã filosofia: Só sei que nada sei!(15/03/09)

Darlene Polimene Caires
Enviado por Darlene Polimene Caires em 15/03/2009
Código do texto: T1487812
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