Análise: do Sofrimento

De uma volta rápida pelo Recanto das Letras e verá quantas pessoas enaltecem sua dor e se tornam verdadeiros mártires da sociedade. Experimente, em uma roda de amigos falar sobre alguma tristeza... verá que muitos te contarão dez outras calamidades que estão acontecendo com eles e começará uma guerra violenta entre vocês pra ver quem é o mais azarado e infeliz! Com certeza você já presenciou uma cena dessas e sabe exatamente do que estou falando.

Agora olha que curioso, todos passam a vida toda tentando ser (mais) felizes (que o vizinho) e mesmo assim se esforçam pra mostram o quanto sofrem. Se vitimizam muito, com problemas fáceis de se resolver.

Nada me deixa mais feliz que ver o sorriso de um homem em uma cadeira de rodas, ou a força e vontade de viver de uma pessoa que perdeu quase tudo na vida. Essas pessoas sem dúvida passaram por situações terríveis, mas tiveram forças pra falar "...e daí? To vivo."

Não desmereço a dor de uma pessoa que perdeu ilusões, perdeu amores, perdeu amizades, perdeu coisas... que ela não tinha. Só com o tempo percebemos que nada nos pertence e a nada devemos nos apegar.

Fisiologicamente falando, a dor é um alerta do corpo avisando que algo está errado. E se a dor for grave, a ponto de comprometer sua saúde, você deve ir ao médico, certo?

A dor na alma, no ego, deve ser tratada da mesma forma. Se dói, não fique se lamentando em poemas sem fim esperando que alguém passe a mão na sua cabeça. Preste atenção de onde vem essa dor e resolva. Simples assim.

Se o problema está além do seu alcance, faça como as pessoas que perderam pernas, e entes queridos. Sorria e aceite. Continue.

Certa vez me disseram que o sofrimento é opcional, e eu, cético como sempre duvidei dessa afirmação. Mas o tempo... ah o tempo! Ele sempre me mostra quando cometo algum erro, como esse.

Ainda bem.