Plumas e Paetês,
É sexta treze, para quem crê, há um misto de superstição no ar. Pé de coelho, arruda e outros penduricalhos, para exorcizar essa data, e cá para nós, não sem antes bater na madeira três vezes, só para garantir.
No Rio, “caravelas” em uma praça quinze, carimbando passaportes de outros mares, tal qual um visitante séculos atrás, que encontrou índios, seminus em uma tribo qualquer. Hoje, em pleno século vinte, outros tantos seminus, sambam (literalmente) em uma avenida de brilhos, plumas e paetês.
Não há catequizadores, mas catequizados, numa língua toda nossa, onde o corpo e expressões são o fruto de toda a geração “caravelizada” se assim é o termo.
Faltam máscaras a se vestir, e de outros vêem a felicidade oculta, que encobre as verdades e mentiras, em sorrisos feitos de látex e purpurinas, que no interior, incute a utopia de quatro dias, que se exorcizam nas cinzas de uma quarta-feira anunciada. Afinal, cabe algum sorriso, nessa vida de idas e vindas, dando uma chance a utopia.
A chuva lava uma avenida que se prepara e se ilumina, onde a utopia se transforma em brilhos e luzes e onde nada pode dar errado, ou seja, não “dar sopa para o azar”. Ops!!! Esqueci, é sexta feira treze.
Junto minha porção colonial, olho aos céus que me ilumina e vejo fato que o ano, se inicia, não depois do dia primeiro, mas após as Plumas e Paetes de uma avenida que de dentro de mim aflora, emergindo a verdadeira raiz.
Toc, toc, toc na madeira! Ou em um tamborim qualquer.