Quem é o seu Deus?
Cada um constrói o seu próprio Deus, de acordo com os costumes e crenças incutidos na personalidade desde a infância e desenvolvidos a partir daí. Outro fator que também ajuda nessa construção, é o desenvolvimento espiritual de cada um. Uns estão prontos para simplesmente aceitar todos os dogmas e crenças transmitidos e os aceitam como verdade absoluta; outros querem mais e vão atrás dos porquês, ou seja, cada um se satisfaz com um nível de resposta. O que realmente fica, é a percepção de que precisamos de um Deus, seja ele qual for, precisamos de respostas fáceis para perguntas do tipo “como surgiu o mundo?”, precisamos da certeza de que fomos criados a partir de “algo” perfeito, precisamos da segurança, da promessa de vida pós-morte, precisamos acreditar que existe uma força superior que governa tudo e todos, e que continuará fazendo isso quando a matéria findar e restar somente o espírito.
Cada um sente o seu Deus á sua maneira, de acordo com o que supre suas necessidades, ele pode ser transcendental, pode estar em todas as coisas, pode estar dentro de você; não importa, o importante é que de uma forma ou de outra, através Dele, buscamos a essência de um bem maior que nos transforma em algo melhor e que nos norteia, unanimemente, para um “suposto” caminho certo.
Existem tantas vertentes religiosas, tantas escolas filosóficas, tantas referências diferentes que, falar de Deus ou de qualquer religião se torna polêmico. Não costumo expor enfaticamente minhas opiniões nesta área, limito-me a dizer que cada um está no estágio que merece, se os católicos aceitam, sem contestar, tudo que lhes é imposto pela “arcaica” Igreja Católica e seus dogmas, inclusive a proibição à contracepção, é porque estão preparados para isso. Digo o mesmo de alguns evangélicos (eu disse, alguns), que não respeitam nenhuma outra religião sem ser a deles, pois os “outros” não terão a salvação e não poderão comprar um pedacinho do céu.
Não importa a religião, seja ela ocidental, oriental, se vai de encontro às minhas verdades ou não; respeito todas elas, pois todas levam a um bom caminho, à transformação do ser humano e tudo o que observo me serve de aprendizado.
Tenho sim uma personalidade questionadora e essa característica contestadora é que torna tudo muito mais interessante, não teria a menor graça, pelo menos agora nesse estágio “engatinhando” em que me encontro, se houvessem apenas verdades absolutas, se nada precisasse ser contestado; sinto-me como um bebê, que tem que experimentar para aprender e estou experimentando, a vida é uma eterna experiência, são tentativas de fazer “dar certo”, de aprender para então compreender, buscando o enriquecimento do espírito em cada existência temporal.