Ainda a dor, a justiça, a esperança
Viveste vinte e poucos dias feliz, enquanto outrém estava desesperado. Procuraste devagar chegar a outro objetivo, completamente alheio ao que estava acontecendo ao outro, que chorava e enlouquecia pela tua falta de consideração e egoísmo. Depois viveste cinco anos pensando nisto e em como as coisas iriam acontecer para ti. Agora vês. Agora percebes. Agora sabes que ninguém fica injustiçado neste mundo.
Estás há cinquenta dias lamuriando uma perda, arrastando-a pelos teus dias. Alguns dias melhor, noutros pior, sabes quantas coisas deves fazer para mudar tudo isto, e as tem feito, mas percebe que o peso é enorme. Percebes que o peso é o mesmo que fizeste alguém carregar no passado, e olha que foste muito mais egoísta.
Esta a justiça da tua vida. Este o teu dever, o de aprender com isso. Nunca mais forces ninguém a sentir o que sentes, nunca mais forces ninguém a achar o que achas, nunca mais forces ninguém a aceitar os teus planos, por mais que saibas que é certo!
Hoje é tu que tens que aceitar o plano alheio.
Hoje é tu que vês que o outrém se vai nos braços da vida, talvez em novos braços muito mais compreensivos que os teus!
Hoje é tu que tens dificuldades para fazer as coisas por ver tua vida tão vazia.
A esperança está a tua frente. A esperança é viver dia após dia. A esperança é esquecer. A esperança é estar aberto, abrir o círculo de abrangência, deixar-te levar, ser abnegado, renunciar a ti mesmo e à tua própria dor! Quantas vezes terei que te dizer isto? Por quanto tempo mais serás tão teimoso?
Viva. Simplesmente viva, que um dia será melhor que o outro!