O TRABALHO DO PSICÓLOGO
A Psicologia é uma ciência da área da saúde ainda pouco valorizada pelas correntes médicas e pouco conhecida da massa popular, razão pela qual é constantemente alvo de preconceitos. Tratar-se com um psicólogo, para uma grande maioria das pessoas, é ser doente mental - na nossa cultura qualquer doença mental é sinônimo de incapacidade e até mesmo de incompetência .
O psicoterapeuta, então, precisa ser visto como exemplo de saúde mental e estabilidade emocional para ser considerado um profissional em condições de atender a seus pacientes. Há, no entanto, estudos que mostram que muitos dos estudantes de psicologia estão, inconscientemente, buscando no curso de graduação o preenchimento de lacunas que a vida lhes abriu na alma. É possível encontrar entre eles um número significativo de pessoas visivelmente portadoras de desequilíbrio emocional. Isto acaba por reforçar o preconceito contra tal profissão.
Uma pesquisa coordenada pelos professores Mauro Magalhães e William B. Gomes, da Universidade Luterana do Brasil e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, respectivamente, apresenta algumas conclusões nesse sentido, num artigo intitulado “Eu quero ajudar as pessoas: a escolha vocacional da psicologia”.
Os pesquisadores citam M.B. Sussman que afirma que a maioria dos psicólogos clínicos são indivíduos que “desenvolveram culpas inconscientes, enquanto crianças, por danos reais ou imaginários infligidos a pessoas amadas, e que, portanto, estão dispostos a sacrifícios pessoais para repará-los”. Essas afirmações fatalmente nos conduzem a uma indagação: como um profissional que não goza de pleno equilíbrio de suas faculdades mentais poderia conduzir o tratamento de pessoas com a mesma sorte de problemas? A questão é que essa pergunta, de per si, já seria a reafirmação dos preconceitos exitentes contra o trabalho do psicólogo, que citamos acima...