O que posso fazer
Poderia resumir tudo isso em uma única sentença. A melhor coisa que poderia fazer agora é olvidar a mim mesmo. Em outras palavras, renunciar ao orgulho e o egoísmo. Mas quem sabe qual o tamanho desta tarefa? Quem realmente já a realizou?
Ainda não pude definir se o que me acontece agora é uma prova ou uma expiação, e nem é interessante fazê-lo, até porque esses pensamentos me deprimem ainda mais. É insuportável a idéia do que está realmente acontecendo para mim, mas no fundo eu procuro essa dor, e isso não pode advir de outra coisa que não de alguma culpa que não consigo definir exatamente.
O que uma pessoa que conhecemos é capaz de fazer em situações novas é realmente algo impressionante e, consequentemente, desafiador. Isso desafia a nossa capacidade de adaptação às diferentes situações (que acabam sendo impostas por essa pessoa) e a nossa vontade (e não apenas o desejo) de nos renovar.
Até que dia serei eu teimoso a essa nova situação?
O caminho está sendo trilhado, fico no aguardo das inspirações e tenho procurado trabalhar em prol do meu próprio futuro, porém algo ainda me oprime, aliás, duas coisas ainda me oprimem: como poderei praticar o olvido de mim mesmo sem a prática da caridade e; como será o reencontro para o ajuste de contas que devemos realizar?
A segunda coisa deve ser esquecida por ora. Mas na primeira vejo e acredito que seja o grande calmante que me seria possível obter agora.
Espero sim ser inspirado e sei que preciso de maior controle de mim mesmo. Coisas novas e piores podem aparecer, devo estar preparado para elas, não imaginá-las, e sim apenas estar em paz comigo mesmo.
Há muito mais coisas, mais dores, mais novos e velhos ítens. Mas não é prático pensar nisso agora.
O que realmente posso fazer é olvidar a mim mesmo, e apenas servir.