Meio ambiente
Gaia sofre, chora e reage
“No organismo da Terra, individualmente, somos células de um dos seus tecidos. E tecido que, hoje, infelizmente, se encontra canceroso."
(José Lutzemberger)
A consciência ecológica como parte da cultura de massas é algo bem recente na história. Ao menos, em se tratando da cultura ocidental que, ao tornar-se hegemônica na condução dos rumos do planeta, deu-se conta de que, em nome do progresso, avançou tecnologicamente de maneira irresponsável em face da ecoesfera.
Em outras culturas, de outros tempos e outras gentes, o respeito e integração com a natureza sempre foram aspectos indispensáveis na formação dos indivíduos, em suas interações sociais e nas crenças religiosas professadas, fossem quais fossem.
A espécie humana, que passou a imperar soberana no planeta, começou sua jornada de maneira inocente, dominando as manifestações naturais básicas. Ao depois, em sua sanha de povoar quaisquer ambientes, por inóspitos que fossem, não só se adaptou às dificuldades naturais que se lhe contrapunham, mas também, submeteu de maneira invasiva e agressiva a própria natureza, tudo para acudir seus desideratos. Por fim, sob a bandeira da busca de conforto e bem estar, lançou-se numa orgia desenfreada pautada por excessos, desregramentos e insanos desvarios.
O fumante que sucumbe ao enfisema, por certo, não só larga o vício, como inicia uma sôfrega luta para preservar o que lhe resta de funcional no sistema respiratório, tentando prolongar uma vida que, a partir de então, mesmo que relativamente preservada, nunca mais terá a mesma qualidade. Não consegue se safar são e salvo. Salvo, sim, em termos; mas, são, nunca mais! O organismo humano tem restrita capacidade de regeneração.
No caso do planeta, mal comparando, é o que acontece. A Terra está doente, infestada de nós mesmos. A hospedeira busca se salvar reagindo de forma a eliminar os parasitas que a assolam. Afinal, sob o ponto de vista meramente biológico, minerais, plantas e animais fazem parte de uma rede de ecossistemas que, muito bem, podem continuar compondo a ecoesfera como um todo sem a nefasta presença humana.
Entretanto, se nossa racionalidade é um dom e uma maldição, ao mesmo tempo, nossa consciência é, também, característica que nos qualifica como humanos. Talvez, mesmo que de forma tardia, estejamos agregando à inteligência mais doses de sabedoria.
Gaia é viva e, por certo, também tem consciência. Quiçá, em face de nossas mudanças de posturas – mesmo que tardias – ela também conceda alguma reação que colabore de maneira efetiva para sua auto-regeneração.
Se já não for tarde demais, esperemos que assim seja.
Gaia sofre, chora e reage
“No organismo da Terra, individualmente, somos células de um dos seus tecidos. E tecido que, hoje, infelizmente, se encontra canceroso."
(José Lutzemberger)
A consciência ecológica como parte da cultura de massas é algo bem recente na história. Ao menos, em se tratando da cultura ocidental que, ao tornar-se hegemônica na condução dos rumos do planeta, deu-se conta de que, em nome do progresso, avançou tecnologicamente de maneira irresponsável em face da ecoesfera.
Em outras culturas, de outros tempos e outras gentes, o respeito e integração com a natureza sempre foram aspectos indispensáveis na formação dos indivíduos, em suas interações sociais e nas crenças religiosas professadas, fossem quais fossem.
A espécie humana, que passou a imperar soberana no planeta, começou sua jornada de maneira inocente, dominando as manifestações naturais básicas. Ao depois, em sua sanha de povoar quaisquer ambientes, por inóspitos que fossem, não só se adaptou às dificuldades naturais que se lhe contrapunham, mas também, submeteu de maneira invasiva e agressiva a própria natureza, tudo para acudir seus desideratos. Por fim, sob a bandeira da busca de conforto e bem estar, lançou-se numa orgia desenfreada pautada por excessos, desregramentos e insanos desvarios.
O fumante que sucumbe ao enfisema, por certo, não só larga o vício, como inicia uma sôfrega luta para preservar o que lhe resta de funcional no sistema respiratório, tentando prolongar uma vida que, a partir de então, mesmo que relativamente preservada, nunca mais terá a mesma qualidade. Não consegue se safar são e salvo. Salvo, sim, em termos; mas, são, nunca mais! O organismo humano tem restrita capacidade de regeneração.
No caso do planeta, mal comparando, é o que acontece. A Terra está doente, infestada de nós mesmos. A hospedeira busca se salvar reagindo de forma a eliminar os parasitas que a assolam. Afinal, sob o ponto de vista meramente biológico, minerais, plantas e animais fazem parte de uma rede de ecossistemas que, muito bem, podem continuar compondo a ecoesfera como um todo sem a nefasta presença humana.
Entretanto, se nossa racionalidade é um dom e uma maldição, ao mesmo tempo, nossa consciência é, também, característica que nos qualifica como humanos. Talvez, mesmo que de forma tardia, estejamos agregando à inteligência mais doses de sabedoria.
Gaia é viva e, por certo, também tem consciência. Quiçá, em face de nossas mudanças de posturas – mesmo que tardias – ela também conceda alguma reação que colabore de maneira efetiva para sua auto-regeneração.
Se já não for tarde demais, esperemos que assim seja.