CONSTRUINDO A PAZ
Eu acabava de escrever um conto de Natal, claro, inspirada pela aura do dia, e pela beleza da festa comemorada universalmente, e que em ultima análise tem o amor e a paz como cenários principais.
Ou deveria ter.
Se ligarmos os aparelhos de televisão, os rádios, os celulares, os computadores, tudo será absolutamente alusivo à grande data, posto que estamos num país ainda predominantemente cristão.
Baseio-me no sentimento. Não conheço as estatísticas sobre o assunto.
Parece uma onda mágica a enfocar e alertar a todos que o Natal não é apenas "presentes" mas sobretudo presença.
E presença Superior. Presença fraterna. Presença de consciência, presença dum Deus em nós, que independentemente de como o enxergamos e o exercitamos, em última análise nos reporta ao mistério da vida.
E lembrei-me do "PAZ E AMOR" dos anos sesenta.Eu estava nascendo, portanto não vivi de fato a era. Sou culturalmente filha daqueles tempos...
Mas o fato é que um não sobrevive sem o outro. Amor e paz me parecem gemelares.
Mas o assunto aqui é sobre a construção da paz...que demanda por AMOR.
Parece óbvio e fácil, mas não é!
Não construimos a paz apenas nos templos, sequer nas grandes festas natalinas, DISTRIBUINDO PRESENTES MATERIAIS.
Nessa época apenas paramos para analisar os resultados.
Mas que mundo é esse? Dá para se discutir e falar em paz sem olhar para o cenário do mundo?
Qual o nosso papel enquanto pessoas? Qual o papel dos grandes líderes?
Exite paz sem Justiça? E não falo apenas em jutiça social.
Falo em justiça individual, aquela que brota do senso inato DE CADA UM de que não estamos sózinhos nesse mistério, e que é mister estendermos as mãos no nosso dia a dia.
Qual o efeito multiplicador de paz advindo das nossas ações ainda que nos pareçam tão pequenas no todo?
Será que existe paz segmentada? É possivel a paz num continente, quando povos logo alí ao nosso lado se bombardeiam?
Qual é o Deus que pede guerras e destruição?
Por acaso algum Pai prega o extermínio do filho, em sã consciência?
O que têm feito as pessoas que lideram? É possível a paz na ignorância?
Haveria consciência dessa construção por parte dos grandes estadistas?
Lanço aqui, neste dia de Natal , este meu questionamento na difícil tarefa de se promover a PAZ, da contribuição que cabe a CADA UM de nós, num mundo em que muito se prega, mas em cujas ações infelizmente, pouco se promove a verdadeira união entre os povos.
Que a verdadeira Paz do Natal esteja conosco, entre todos!
Um Natal de coração, a renascer a cada dia, dentro e fora de nós.