O Amor não é para os humanos

O amor não é para os humanos

É o amor para os humanos? Discutiremos aqui, à base da literatura, para chegarmos ao um parecer isento de preferências culto-sociais. Para se fazer uma análise franca dos temperamentos humanos, em vários perfis, de alguns personagens importantes. Portanto, investigaremos a literatura sagrada e a profana. Cito, a princípio, um proceder mundano, para adentrarmos nesse universo tão dispare.

Em Shakespeare, um fenômeno da literatura e do teatro mundial, uma referência fiel dos sentimentos humanos: que tipo de amor nos apresentar este grande espírito da arte e da poesia? Um amor doentio, nos seus personagens mais importantes encontramos Otelo, um bravo guerreiro que sucumbiu ante o ciúme, que se mostrou mais cruel que seus inimigos de batalha. Em Hamlet, outro tipo de amor, um amor paterno que mais se parece com o complexo de Édipo; um ciúme extravagante de sua mãe, movido por uma vingança cega que culmina em uma grande tragédia. Para ser fiel ao meu pensamento lúcido, nesse contexto, devo trazer ao mundo da discussão um drama épico, dos personagens Shakespereanos, que são arquétipos de um amor sublime: falo de Romeu e Julieta. Como fica evidente a aqui a fraqueza psicológica desse amor arrebatador. Um sentimento que leva à insanidade humana não pode ser louvado, um amor que destrói em vez de edificar não merece consideração final, deve-se, pelo menos sempre ser questionado, com o fim nobre de entender qual é o limite das paixões humanas.

Todavia, a que texto sagrado podemos recorrer, para encontrar uma atitude que justifique um verdadeiro amor entre duas pessoas do mesmos sexos ou de sexos diferente? Há, nos escritos atribuídos a Salomão, especificamente em cânticos de Salomão, um relato um tanto curioso, diria singular, onde ele, como rei, busca desesperadamente conseguir a afeição de uma pobre pastora de ovelha. Entre outros exageros por ele cometido para conseguir tal objetivo, está o fato de oferecer as riquezas de todo seu reino para ter um carinho dessa incomparável donzela. É digno de nota, porém, que este rei supremo, que tinha direito à todas as almas do país, não tenha consiguido à força, como fizera seu pai David com Batseba, que mandou matar Urias, com o fim de se apossar da viúva alegre. Salomão, portanto, não agiu da mesma forma, por que? Não poderia ele ter alcançado o que queria se realmente o quisesse, que esta pobre criatura lhe fosse sujeita. Um amor um tanto questionável.

Eis o que é o amor: Em tudo que respira há um desejo de dominar outrem, em qualquer espécie, do verme ao ser humano. Então onde reside este chamado amor incondicional, que suportaria tudo ou faria tudo para auto-satisfação, que alguns românticos dizem compreender. Se o amor, como se imagina alguns seres humanos realmente existir, ele há de conter em registros históricos, na arte e na culturas dos povos antigos... investigue-o.

Evan do Carmo 19/12/2008