suspensa

panhando flores em jardins flutuantes.

entre flores azuis,desponta seu vestido branco,segurado inútil molhando as bordas no lago.

seu sorriso é de conversar com plantas.mãos delicadas de morte desculpada.as flores irão para quarto e sala.a natureza permite e se aquieta.

num vagar de hipnose ela colhe suas vítimas.estou colhido,suspenso e permitindo.ela não me vê.

a garota das flores sorri no vento.

parada,esboça movimento de braços.uma dança de iniciante.

mãos inquietas se começam,um ritual de livrá-las da deturpação na mãe natureza.

invoca uma cantiga.braços estendidos e respiração ofegante de recibo.

sei que vai entrar na água e seguir trilha de casa à vista.

árvore de folhas rosadas.por do sol infinito.

vai passar por nós e não nos ver,brincar nos cabelos talvez.

me levanto e volto,sem olhar pra trás.prefiro o quadro dela,cesto com flores azuis,de branco nos jardins flutuantes.