De um tempo...

Amor, inventas outro sonho para nós?

Depois do obreiro sujeito aos astros,

dos gostos estéticos e subterrâneos,

um construtor de paisagens e sons?

A terra sugere que poderias

vir com a mesma manha

trazendo as nostálgicas promessas de saber-se

divisor.

Amor, esqueces dos limites

somente hoje,

e leva-nos a valsar?

Não precisa ser a mim,

-eu, em mim,

se não queres o tempo,-

leva-nos em outras bocas,

em outros olhares,

cercanas mesas de bar.

Quando não estivermos mais...

sorrirás para mim?

Diz-me o silêncio que é fátuo:

saberás cantar.