The Hope Lies in Obama

Nos últimos dois anos viveu-se no mundo grande ansiedade em torno das campanhas eleitorais dos Estados Unidos. A definição dos candidatos oficiais do Partido Democrata e do Partido Republicano desde o inicio apontavam para uma nova realidade, uma necessidade! Os Republicanos desta vez entraram no jogo com certo ar de meros participantes, isso porque existe na terra do Tio Sam certa tradição de revezamento entre Republicanos e Democratas no poder, marcadas algumas vezes por reeleições, como é o caso de George W. Bush. Assim, a tradição acrescida do fato de que o atual governo é o mais reprovado pela opinião publica da história do país deixaram o Partido Republicano em grande desvantagem na campanha.

Por outro lado, o Partido Democrata apostou desde cedo no caráter progressista e na democracia que faz jus ao nome do partido. A escolha do candidato oficial colocava os americanos frente a uma invariável novidade. De um lado Hillary Clinton, uma mulher muito respeitada, de grande carisma e esposa do último presidente Democrata, Bill Clinton, responsável por uma época de ouro nos Estados Unidos; de outro, Barack Obama, um homem negro mundialmente admirado. A aposta na novidade rendeu frutos para este que concorreria ao cargo de presidente com John McCain, nome escolhido pelos conservadores Republicanos.

O mundo praticamente parou para este duelo que terminaria no dia 5 de novembro de 2008. Em muitas oportunidades vimos comícios de Obama com tantas pessoas fanaticamente apaixonadas pelo discurso do carismático candidato que não seriam comuns de se ver nos maiores shows de Rock. Enquanto McCain se empenhava em angariar votos dos conservadores e de todos aqueles que criticavam o concorrente por sua cor ou por seus laços familiares. De todas as formas os Republicanos procuraram desestabilizar a campanha de Obama, acusando-o de inexperiente, um estrangeiro que iria governar o país, muçulmano, negro ou socialista. Mas não foi possível. O mundo não possui lugar mais para esse conservadorismo, pelo contrário, as pessoas não agüentam mais tantas mortes no Iraque, violências injustificáveis, Ku Klux Kan e o racismo, atribuições ao socialismo, intolerância, ignorância, falta de respeito aos direitos humanos e mais uma série de impurezas de alma. O que o mundo precisa é de esperança, e é isso que Obama representa e sustentou durante sua campanha, sua vitória mostra a pretensão não só dos americanos por mudança, mas do mundo todo. Estamos prontos e dispostos a arriscar por mudanças, ansiamos por isso, foi o que levou o mundo a gritar: “Yes, we can!”.

Entretanto, o momento é crítico também para Obama. O novo presidente assumirá em meio a pior crise econômica mundial desde a recessão de 1929, o que fará com que medidas de desagrado sejam invariavelmente tomadas. Se por um lado Bill Clinton, último Democrata, deixou a Casa Branca com um déficit zero, Obama recebe um de três trilhões de dólares. Não esperemos milagres, mas esperemos melhoras. Não podemos esquecer que para nós brasileiros o discurso dos Republicanos sempre foi mais interessante, basta lembrar que McCain defendeu durante a campanha a diminuição dos subsídios aos agricultores americanos e a valorização do etanol brasileiro. Os Democratas não pensam assim, são super protecionistas.

O que nos deve ficar claro é que sim, a esperança de um mundo melhor está em Obama! Entretanto chegamos quase ao fim de tudo e para nos recuperarmos será preciso muito suor e trabalho, lembrando que em meio a isso a dor é forte elemento. Em um primeiro momento é muito provável que não vejamos claramente em Obama o motivo pelo qual o mundo confia nele, mas, para terminar com Humberto Gessinger, “é melhor começar tudo de novo do que acabar pela primeira vez!”.