PROFESSOR: PROFISSÃO X MISSÃO
Como podemos avaliar nossa escolha profissional?
Ser professor, escolher a docência como profissão vai além de apenas decidirmos por um caminho.
Tantos são os percalços e os desafios que nos acompanharão pelas longas jornadas de trabalho.
Passamos por décadas áureas, quando éramos considerados autoridades, e ser professor era indiscutivelmente um indicativo de status e respeitabilidade.
Os professores tinham esse respaldo, e as mulheres só sonhavam com uma carreira na educação.
Pais e alunos respeitavam o profissional que ali estava pronto para ensinar com dedicação total, amor e consciência de seus valores. Nessa época, a família se comprometia com a vida das crianças nas escolas.
Hoje nos deparamos com a inversão de valores.
Não se respeitam mais o dever do professor, nem tão pouco sua profissão, seus ensinamentos e sua função social.
Os professores por sua vez, precisam laborar longas jornadas de trabalho, precisam enfrentar o desrespeito e a desvalorização da profissão, assédios morais porque falta de condições dignas de trabalho, violência física por parte de alunos e pais, baixos salários, tempo integral de trabalho, cansaço, esgotamento físico e emocional, stress, falta de tempo para se dedicar a família e acompanhar o crescimento dos filhos, falta de comprometimento dos pais com a educação de seus filhos, uma vez que esses entregam toda a responsabilidade pela educação deles nas mãos da escola que imediatamente a transferem para o professor, baixos salários, insuficiência de materiais didáticos que atendam suas necessidades profissionais e educacionais de seus alunos, tudo isso configura em assédio moral.
E, como conviver com isso?
Grande número de profissionais da educação, bons professores estão se afastando da educação. Ora pela violência, ora pelas baixas condições de trabalho, ora pelo assédio moral, ora pelo esgotamento físico e emocional e ainda complementação, os baixos salários são pouco compensatórios e desestimulantes.
Mas, ainda diante desses desafios e percalços temos grandes exemplos que nos devem servir de espelho.
Devemos sim, nos espelhar nesses guerreiros, que muitas vezes lutam solitariamente em busca de suas idéias e em função dessa missão que abraçam com garra e bravura.
Esses professores que superam tudo e se entregam à educação sem se renderem a todos os contratempos merecem nosso respeito.
É de profissionais como esses, que nosso país precisa para formar cidadãos conscientes, humanizados, críticos, autônomos e capazes, porque essa deve ser a grande missão do professor, colher as espigas douradas.