É preciso mudar a forma de educar...
A TRANSFORMAÇÃO DA QUESTÃO SOCIAL E A EDUCAÇÃO
O capitalismo feroz fortificado pela globalização mundial transformou: saúde, educação e segurança em mercadorias onde quem tem melhores condições, conseqüentemente tem melhores produtos.
Entretanto, esse capitalismo gera um desemprego assolador e nada mais pode ser considerado estático, nem mesmo as seguranças dos empregos doravante tão perseguidos por todos como uma jóia rara e pela confiança na estabilidade oferecida , hoje estão ameaçados pelo desaparecimento do trabalho com proteção e estabilidade.
Não há tantas possibilidades atualmente de vislumbrar um amanhã promissor- vive-se do hoje, o amanhã é um misto de incertezas, crises e da decomposição e desfacelamento mundial.
Submergem com esse movimento as misérias sociais que estão a margem da evolução de alguns países ditos desenvolvidos que evoluem às custas da miséria humana que formam os bolsões do submundo subdesenvolvido, atrofiado e faminto.
É um regresso informatizado ao movimento escravagista das populações modernas. As grandes metrópolis já não garantem nada mais, crescem desordenadas e agressivamente e só conseguem garantir a própria incapacidade de garantir paz social, cidadania, necessidades básicas de sobrevivência, democracia, emprego e espaço.
Cidades superlotadas e um cenário miserável: uma realidade de exclusão – uma sociedade de trabalhadores que precisam e querem trabalhar sem emprego – essa é a nova e preocupante realidade social que exige cada dia muito mais dos trabalhadores que precisam se colocar e se manter no mercado de trabalho capitalista por necessidade, e por outro lado paralelamente os bolsões de miséria geram outro perfil radical e preocupante: a disseminação da violência que produz mortes como fenômenos de eliminação de excedentes sob o prisma de uma lei própria e contrária às leis vigentes.
É preciso muito mais que ações sociais meramente curativas que geram a exclusão, é necessário ações preventivas urgentes.
É preciso endurecer e massificar a educação, mas uma educação não apenas informatizante, uma educação que leve ao pensamento construtivo e crítico, só assim os excluídos poderão vislumbrar condições para algum tipo de crescimento sustentável. Mais que educar, é preciso qualificar uma vez que a educação ainda se mantém refém de um mercado cada vez mais capitalista e exigente que cada vez mais absorve pessoas incapazes de pensar e criar estratégias.
O homem portanto, não deve ser uma caixa preta cheia de informações prontas que foram gravadas ao longo dos anos, precisa saber transformar essas informações a fim de poder mudar sua realidade e contribuir para uma transformação social.
A educação por si só, não garante emprego a ninguém, mas a falta dela garante a sobrevida e a manutenção dos bolsões de miséria e dos fenômenos de exclusão social que assolam o Brasil.
Michele Oliveira Pereira, em www.educacaoeinclusao.blogspot.com