Discussões Abinzantinas
Discussões Abinzantinas
Félix Maier
Hoje, discute-se até nos botecos do cuspe grosso as funções que deveria ter a Abin, a Agência Brasileira de Inteligência. O que se observa, no entanto, é que tudo não passa de discussões "abinzantinas".
Por que são discussões bizantinas? Porque os palpiteiros querem tolher o essencial que todo serviço secreto de respeito faz no mundo todo: escutas e gravações. O serviço secreto de um país deve direcionar suas atividades em benefício do Estado democrático, não de políticos fofoqueiros, como ocorre sistematicamente no Brasil. Não sejamos hipócritas, nem debilóides: para defender bem o País, a Abin não precisa somente de maletas de escuta e grampos, tão criticados ultimamente, mas de toda a tecnologia moderna à disposição dos agentes secretos dos países mais avançados, como centrais de telecomunicações móveis (em furgões), gravadores de conversa em ambientes, filmadoras e máquinas fotográficas digitais com visão noturna operadas à distância, programas de computador para decifrar e-mails e muitas gazuas. Sim, também a gazua velha de guerra para abrir todo tipo de fechadura. E tudo o mais que James Bond utiliza. Essa parafernália, obviamente, deve ficar à disposição do Estado brasileiro, repito, não nas mãos dos petralhas.
Querer impedir que o serviço secreto faça escutas é o mesmo que pedir que o Exército não compre mais armas e que o padre reze a missa sem vinho. Será que os palpiteiros irão exigir também que os agentes da Abin usem bonés com a inscrição "Serviço Secreto Brasileiro"? E crachás com foto e número de identidade?
Em meados de 2001, ocorreu ruidoso bafafá quando documentos secretos do Exército apreendidos em Marabá foram publicados indevidamente na Folha de S. Paulo devido à ação criminosa de alguns procuradores. Na ocasião, o ministro do STF Marco Aurélio Mello mostrou-se "perplexo" quando soube que o Exército fazia acompanhamento do MST, grupo que é considerado pelo governo petista e grande parte da mídia como "movimento social", porém é visto pelos militares da Escola de Inteligência Militar do Exército (EsIMEx) como "força adversa". Depois do narcotráfico, existe por acaso algo mais adverso no Brasil do que o MST, que atenta diariamente contra a democracia brasileira, ao pregar abertamente a instalação do comunismo no Brasil, nos moldes dos antigos kolkhozes soviéticos, as fazendas coletivas de triste memória, que só trouxeram fome, perseguição e milhões de mortos na Rússia?
Em 2003, já no governo Lula, discutiu-se a criação de uma "nova Abin". Para implantar a "espionagem participativa", foram chamadas todas as representações da "sociedade civil", ou seja, todos os petistas e suas agremiações satélites, como a CUT, o MST, o PCdoB, a UNE, além dos bispos da CNBdoB e de alguns capitães de indústria da Fiesp. Não deu em nada. Ou melhor, deu em alguma coisa: o general Jorge Armando Félix, Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, veio a público dizer que a "espionagem participativa" não faria acompanhamento dos movimentos sociais. Ou seja, a festa de invasões de terras iria continuar com o total apoio do governo Lula.
Neste ano de 2008, o sexto glorioso Annus Lulae, a Abin volta a ser tema acalorado de debates. O problema desta vez começou depois que a revista Veja publicou uma conversa telefônica havida entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM), além de citar outros políticos que também foram grampeados, a exemplo do presidente do Senado, Garibaldi Alves. Essa discussão bizantina levará mais alguns dias, o tempo suficiente para que a imprensa se esqueça da Operação Sathiagraha, a que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity e antigo sócio da Brasil Telecom. De concreto, após aquela Operação, as únicas providências feitas até agora pelo governo Lula foram afastar o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz e limitar o uso de algemas nos meliantes de colarinho branco. Segundo alguns analistas, se Dantas abrisse o bico, "abalaria a República". Abalaria nada, pois Lula está coberto de teflon, nada gruda nele, é inimputável como o são os índios, os bebês e os loucos, e, a cada denúncia que pesa contra o governo petista, mais ele sobe nas pesquisas.
Não é na Abin que está o problema, mas na pessoa do presidente da República. Desde a criação da malfadada Nova República, movimentos que estão a um passo do terrorismo, como o MST, são considerados legítimos pelos governos de esquerda. Assim, tanto FHC, quanto Lula, não apenas se omitiram em refrear a subversão no campo como, pelo contrário, incentivaram a bandidagem, ao conceder vultosa verba aos cangaceiros vermelhos, via Incra. FHC deu de presente um Paraná inteiro ao MST, ao custo aproximado de R$ 25 bilhões. Mais de 90% desses acampados vivem da preguiça e de passeatas, e são salvos da fome pelo Bolsa-Esmola. O insumo agrícola adquirido por esses desqualificados não são grãos de milho, feijão ou soja, e adubo, mas pano vermelho, muito pano vermelho, para confecção de camisas, bandeiras e bonés. Lula continua jogando dinheiro fora e não se cansa de posar para fotos com o boné do cangaço em pleno Palácio do Planalto. Assim, se a Abin não pode monitorar as ações terroristas do MST, assessoradas pelos narcoterroristas das FARC, como já foi denunciado pelos jornais, para que ela existe?
Não custa lembrar que o próprio Lula é sócio das FARC, na medida em que é membro do Foro de São Paulo. Conclui-se que o único modelo de serviço secreto desejado pelos petistas é uma polícia política nos moldes da KGB, com a proposição de que toda a população brasileira seja alcagüete, controlada pelos Amigos do Presidente Lula, nos moldes dos CDRs cubanos.
Desta forma, a única Abin possível de ressurgir depois de mais uma rodada de palpites e palpitações, é a PTPol ou Interpol do PT a que se referiu o então senador Esperidião Amin durante a "CPI dos Anões", do Congresso Nacional. Na ocasião, Amin observou que a confecção de inúmeros dossiês de adversários políticos só poderiam ter sido feitos com a ajuda da alcagüetagem petista instalada em todas as repartições públicas. Tudo sob o comando do cubano-brasileiro José "Daniel" Dirceu, antigo integrante do Movimento de Libertação Popular (Molipo), criado sob inspiração de Manuel Piñeiro, o "Barbaroxa", chefe do Serviço Secreto Cubano. Vale lembrar que José Dirceu tem cursos de Informação e Contra-Informação efetuados em Cuba.
Para conhecer a filosofia petista, ouçamos o professor de economia Ricardo Bergamini, de Florianópolis: "Sou filho de comunista, tendo aprendido na prática como a coisa funciona: Aos amigos do grupo, tudo: calar sobre qualquer desvio de conduta de seus membros; arrumar emprego público (federal, estadual ou municipal) para os aliados em dificuldades; procurar desvios de conduta em seus adversários, divulgando e propagando aos quatros ventos, mesmo que seja uma denúncia falsa; bloquear de forma velada entrada de pessoas contrárias aos seus pensamentos nas organizações públicas (atualmente 90% dominados por seus membros), principalmente universidades".
Se vamos continuar vivendo dos serviços da arapongagem do PTPol, que serve apenas para desqualificar adversários e criar dossiês contra políticos da oposição, como o recente dossiê anti-FHC (ou Dossiê Dilma "Estela" Rousseff), sem que os responsáveis vão parar na cadeia, manter a existência da Abin para quê?