Solidão
E o tempo me judia, cravando em meu peito a agonia da solidão obstinada.
Ah!... Que nada! A vida brinca sem consideração alguma, como se meu coração fosse, em suma, o espaço em que cabe todo vazio da dor do isolamento.
Como se a alma, tão estabanada, fosse capaz de suportar tanto sofrimento!
Solidão!
Agonia que alucina em vão tormento.
Estado de alma turbulento, alheamento, vácuo algemando o pensamento, imponderável, pachorrento...
Há que se enfrentar o tempo, que desatento, pressiona e fere com ousadia, negando qualquer possibilidade.
E há de vir o toque da divindade, acudir minha alma tão sofrida, contida, reprimida na ansiedade.
Solidão!
Momento em que a vida pulsa em mim como fatalidade, explodindo em mil pedaços o suportar.
E quando penso que não vou mais suportar, a vida me acolhe e me ensina a amar.