Bem mais do que eu

Pardacento nevoeiro, o vento poeirento, as pessoas que não se conhece e o assunto que não se esgota.

A ferida, aberta, inflamada; no peito que borbulha sangue, ao ponto que o rosto é de neve, e o coração de gelo...

Foi assim, noutros tempos. Outros dias, mesmo lugar. Um retorno. Um novo dia. Nova tentativa. Uma mesma pessoa.

E que pessoa? Para que pensar na pessoa? Por que se imaginar com a pessoa? Que diferença deveria fazer ser uma pessoa, ou ninguém?

Sim, porque ao cabo de tudo, é sim sua culpa! Sua prova, sua expiação! Sua missão! O instrumento até deveria ser sagrado, deve, sempre é. E este instrumento, como reage, sua "vida", sua "mente", seu coração... que importa, afinal? Que importa?

Sua culpa... seu medo... sua VIDA!!! SUA!!!

E a boca improvável não pára de repetir as palavras "duras" da "verdade" que eu deveria ouvir... Por que ele já sentiu, bem mais do que eu... Bem mais do que eu...

VAHARA
Enviado por VAHARA em 15/09/2008
Reeditado em 18/09/2008
Código do texto: T1179301