Bem mais do que eu
Pardacento nevoeiro, o vento poeirento, as pessoas que não se conhece e o assunto que não se esgota.
A ferida, aberta, inflamada; no peito que borbulha sangue, ao ponto que o rosto é de neve, e o coração de gelo...
Foi assim, noutros tempos. Outros dias, mesmo lugar. Um retorno. Um novo dia. Nova tentativa. Uma mesma pessoa.
E que pessoa? Para que pensar na pessoa? Por que se imaginar com a pessoa? Que diferença deveria fazer ser uma pessoa, ou ninguém?
Sim, porque ao cabo de tudo, é sim sua culpa! Sua prova, sua expiação! Sua missão! O instrumento até deveria ser sagrado, deve, sempre é. E este instrumento, como reage, sua "vida", sua "mente", seu coração... que importa, afinal? Que importa?
Sua culpa... seu medo... sua VIDA!!! SUA!!!
E a boca improvável não pára de repetir as palavras "duras" da "verdade" que eu deveria ouvir... Por que ele já sentiu, bem mais do que eu... Bem mais do que eu...