FETiche.
FEITiço
Português.
FEITo isso.
Isto dito.
Posto isto:
Abracadabra !
Abre-te Sésamo !
Ali Babá !
Álibi.
Fiat !
Amuleto.
Catiça,
Maria Lingüiça ! ! !
Gore,
Qual ovo em ninho
Sem ovo indês.
Dê xabu.
Façamos figa.
Vade retro,
Capeta !
Amém !
Catiça,
Maria Lingüiça ! ! !
E rebenta pipoca,
Maria Sororoca,
Com pouca
Sapiroca ! ! !
E que a franga caipira,
Sapeca,
Serelepe,
Maritaca
Saracura,
Índia,
Ou carijó,
Ou Pelado-pescoço,
Chegada na canjica,
Na quiçassa
De carrascos
Com carrapichos,
Da pirambeira
Da vossoroca,
Quisera,
Tenha pouca
Sambiquira
Pra a acompanharmos
Com quirera
E cambuquira,
Cateretê
E Catira,
Sem ziquezira.
E que o leitão rabicó
Dê boa pele pururuca.
E que o fervido leite
Da vaca mocha
Seja poucas vezes
Esturrado.
E que a mexerica
Não seja muito ácida
Como azedo abacaxi.
E que não falte
A banana São Tomé
De fritar
No meu rancho de sapé
Com, de tudo, fartura.
E que o cascudo,
Pesquemos de loca,
Não de timbó.
E o mandi,
A traíra,
O surubim
De vara,
Não de tarrafa.
E que na janela
Não falte a tranca
E a tramela,
Como na porta
O trinco.
E encima do fogão
O defumado toicinho
Ainda que com picumã.
E que a cabaça,
Como a moringa,
Mantenha fresca a água.
Que nunca minha Amada
Vire, pra mim, uma onça,
Ou uma arara,
Nem uma jararaca
Ou tiririca.
-Gabriel da Fonseca
*
Comentário do meu amigo jovem poeta paulista on-line: Marcelo Roque:
Regionalismo muito bem traçado e arquitetado por sua percepção poética meu amigo ! Parabéns !
*
FEITiço
Português.
FEITo isso.
Isto dito.
Posto isto:
Abracadabra !
Abre-te Sésamo !
Ali Babá !
Álibi.
Fiat !
Amuleto.
Catiça,
Maria Lingüiça ! ! !
Gore,
Qual ovo em ninho
Sem ovo indês.
Dê xabu.
Façamos figa.
Vade retro,
Capeta !
Amém !
Catiça,
Maria Lingüiça ! ! !
E rebenta pipoca,
Maria Sororoca,
Com pouca
Sapiroca ! ! !
E que a franga caipira,
Sapeca,
Serelepe,
Maritaca
Saracura,
Índia,
Ou carijó,
Ou Pelado-pescoço,
Chegada na canjica,
Na quiçassa
De carrascos
Com carrapichos,
Da pirambeira
Da vossoroca,
Quisera,
Tenha pouca
Sambiquira
Pra a acompanharmos
Com quirera
E cambuquira,
Cateretê
E Catira,
Sem ziquezira.
E que o leitão rabicó
Dê boa pele pururuca.
E que o fervido leite
Da vaca mocha
Seja poucas vezes
Esturrado.
E que a mexerica
Não seja muito ácida
Como azedo abacaxi.
E que não falte
A banana São Tomé
De fritar
No meu rancho de sapé
Com, de tudo, fartura.
E que o cascudo,
Pesquemos de loca,
Não de timbó.
E o mandi,
A traíra,
O surubim
De vara,
Não de tarrafa.
E que na janela
Não falte a tranca
E a tramela,
Como na porta
O trinco.
E encima do fogão
O defumado toicinho
Ainda que com picumã.
E que a cabaça,
Como a moringa,
Mantenha fresca a água.
Que nunca minha Amada
Vire, pra mim, uma onça,
Ou uma arara,
Nem uma jararaca
Ou tiririca.
-Gabriel da Fonseca
*
Comentário do meu amigo jovem poeta paulista on-line: Marcelo Roque:
Regionalismo muito bem traçado e arquitetado por sua percepção poética meu amigo ! Parabéns !
*
Gabriel da Fonseca
Publicado no Recanto das Letras em 08/08/2008
Código do texto: T1119524
Código do texto: T1119524
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (cite o nome do autor e o link para a obra original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas. |