Monólogo do Amor

Há os que ousam me avaliar

Prejulgam-me antecipadamente

Discutem acerca do que lhes é alheio

Ignorando minha imortalidade

Aventuraram alguns em decodificar-me

Deleitaram-se em palavras briosas

Repletas de sublime ascensão

Desejosos por concretizar-me

Não me encontro em beijos ardentes

Em corpos calorosos, bem mais que tudo isso

De nome também não preciso

Muito menos de classificação

Não diferencio-me do tipo:

Homem e mulher (éros)

Pai e filho (ágape)

Irmã e irmão (filós)

Consolido-me não nos dizeres letrados

Nos versos em prosa, nos louvores ditosos

Na melodia harmoniosa das canções

Bem menos em contos, fábulas, parábolas

Antes, presente estou nas mãos estendidas

Nos braços abertos, no frio aquecido

Na sede saciada, na fome alimentada

No corpo nu vestido, no amparo ao doente

Na visita ao irmão cativo

No auxílio ao desprezado

No socorro ao desamparado

No ombro amigo em momentos de angústia

Bem próximo ao entendimento humano

Sou sentimento verdadeiro

Determinante e elevado

Cabe a quem conhecer-me ser bem-aventurado

Quem se deixa por mim envolver

Descobre em si a essência do ser

Simoni Maranhão
Enviado por Simoni Maranhão em 02/09/2008
Código do texto: T1157435
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.