Nova chance
Hoje o dia foi longo. Um longo dia, a estrada longa. Cheia de asfalto cinza, deprimente, desesperador no meu caso... eu que escolhi me sentir tão sozinho, eu que não sei o que fiz a você, me senti isolado de você.
Eu não sei o que fiz a você, porque não sei o que fiz a mim mesmo. Me lembro exatamente do dia em que fui tocado pela dor lacerante, solitário num quarto perto do seu. Eu não sabia o que você estava fazendo, mas sei que você fez muito por minha causa. Naquele dia eu sabia que meu estado atingiu um nível pior do que jamais tive. As criações mentais que me permiti, absurdas, erradas... ah meu amor, se soubesse... você sabe... você sente até o hoje o peso e a negatividade de tamanho erro que cometi.
Amor querido da minha alma, pequenina, de quantos nomes carinhosos posso chamar você?! Meu Deus, mas de que adianta isso, se não me faço digno da sua amizade, do seu companheirismo, da sua dedicação?! De que me adianta lhe dizer o quanto amo você, se rebaixo meu amor a tamanha tristeza?
Ah amor, eu sinto, dentro do meu peito, que posso estar falhando para toda a minha vida! Sinto que se houver perdido você, terei perdido grande parte da minha missão na Terra. Sei disso, pelo tamanho do vazio que sinto quando penso na sua ausência. Eu, o mesmo que tantas vezes duvidei, tantas vezes me desfiz desse seu amor, eu mesmo, esse mesmo pecador, é que lhe digo isso.
A verdade é a mesma que disse em outro texto. A verdade da minha vida hoje é perceber que amo você desmesuradamente, mas não sei valorizar e não sei cuidar desse amor.
Dai-me, por favor, uma nova chance! Dai-me, por favor, uma chance a mais de me dedicar a você, de ser seu querido companheiro, aquele que um dia pensei que fosse, mesmo que sempre mais ou menos pecador.
Dai-me, pedacinho separado de mim, uma nova chance de lhe mostrar alguma pureza no meu amor!