Naquele sonho

Sala reluzente, claríssima, levemente azulada, onde a encontrei. Desceu da escada de degraus longos, linda, amparada pela mão, por alguém igualmente brilhante, clara, loura, suave... Mas meus olhos não se detiveram na anja... Meus olhos procuraram ansiosos a alma que escolhi para caminhar ao meu lado... E lá estava ela, me mostrando que tudo o que pensei e senti era real e verdadeiro.

Durante anos fui embalado e enlevado por tal sonho, pela visão maravilhosa de que era amado e protegido por alguém tão especial. Fui exortado a esquecer a lembrança romântica, as idéias sonhadoras, a duvidar do que sentia... Mas em anos não o fiz.

Hoje não sei mais o que ser... Não sei mais como ser... Não sei mais pensar nela nem em mim... Simplesmente não sei.

É triste, melancólico, angustiante... É negativo, febril, esquizofrênico.

E há meses estou pedindo que me leve, que me embale, que me traga novamente minha alma querida. Por que razão eu haveria de conhecer a verdade? O que plantei? Por que colher isso agora?

Onde minha morena de pele clara, olhos grandes e reluzentes? Onde minha alma querida vestida de branco que me ofuscou? Onde a cabeça que tanto amei beijar e acariciar?

Onde estou eu mesmo, que me perdi quando ela me deixou? Agora nem mesmo o chamado tão esperado me faz encontrar meu caminho.

E das ruínas mais dolorosas da alma, a mais dolorosa é não mais se conhecer...

VAHARA
Enviado por VAHARA em 29/07/2008
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