Ego
1. O Ego
Há uma ferramenta utilizada pelo cérebro para cumprir as autodeterminações e escolhas inconscientes que fazemos, lembrando que existem autores que defendem que tudo na vida é fruto de nossa escolha, desde sua esposa, ao seu trabalho e num extremo, suas própria condição de saúde.
Aceitemos que não é exatamente tudo o que escolhemos, mas é possível que você tenha escolhido boa parcela das coisas da sua vida até aqui e deva estar fazendo planos para você mesmo no futuro, bem como tenha escolhido ainda hoje o que comer, o que vestir, etc., enfim, há uma força motriz que concretiza estas suas escolhas.
Falo daquela voz que sabendo destas escolhas, nos manda tomar banho quando pequenos, a fazer lição de casa mais tarde, que depois irá nos dizer se devemos ou não pedir desculpas, fazer mais ou menos exercício, comer menos ou mais, estudar, trabalhar, etc.
Os especialistas definem esta “força” como ego ou o “princípio de organização dinâmica, diretor e avaliador que determina as vivências e atos do indivíduo”, ou seja, justamente aquela voz com quem você mesmo bate um papo de vez em quando.
Acredito que o conhecimento do próprio ego é o primeiro passo em busca do auto-conhecimento, sendo que esta busca acaba por revelar muitas coisas sobre Universo em si, aliás “conhecer-te a ti mesmo” é uma ordem universal que ecoa em diversas culturas.
Por isso, procuro trocar umas idéias saudáveis com meu ego e isto acabou me relevando muitas coisas sobre mim mesmo as quais nem mesmo sabia que existiam.
Estas idéias nem sempre são tão saudáveis, na verdade, percebo que o Ego se apega ao que julga ser confortável e tende a promover sempre as mesmas reações que o leva a manter as coisas do jeito que estão.
Um pré-conceito ilustra esta situação, na medida em que significa que o indivíduo nem sequer teve contato verdadeiramente com algo ou alguém, mas já se sente capaz de julgá-la e avaliá-la. Por outro lado, isto não é muito diferente do que manter aquela sua “velha opinião formada sobre tudo”.
Quem percebe isto e caminha na origem do pré-conceito para o revê-lo pode encontrar muitas respostas para até mesmo alguns vícios do presente, tanto químicos, como de caráter e personalidade e esta batalha para ajustar-se consigo mesmo pode ser ferrenha.
É claro que antes de trabalhar esta questão precisamos também acreditar que estamos fazendo o que melhor que podemos nesta vida e aceitar a nós todos do jeito que somos, algo simples, mas que na hora desta batalha pode fazer toda a diferença.
Esta batalha diária, que ocorre dentro de nós e nem percebemos, fica mais leve se aceitando isto tudo você se auto-determinar a crescer interiormente e utilizar essa vida da melhor maneira possível,
O ocidente está voltando os olhos para o oriente para conhecer métodos, religiões e toda sorte de práticas que fomentem este “papo”, usados há milhares de anos em outras culturas, mas recém descoberto pelas culturas não-índias ocidentais.
Compare seu ego a sua mão, você é quem ordena a “ela” o que pegar, quem bater ou fazer carinho certo? Agora imagine se fosse o contrário, você desejasse ir à esquerda, mas ela se agarra-se e ordena-se você ir para a direita, ou larga-se o que você quer pegar, ou o contrário.
Pode parecer estranho, mas o que acontece com quem jamais consegue parar de roer unhas, deixar de fumar, comer ou beber menos, dormir ou acordar mais cedo, enfim, diversas situações que em geral as pessoas se auto-determinam a realizar e não o fazem pois algo não as deixa, ainda que outras pessoas consigam fazê-lo.
Faça um exercício simples, escolha uma musica que você conhece inteira e ouça-a sozinho, propondo-se a cantá-la inteira não pensar em nada e sempre que fizer isso, perceba quantas vezes você se pegou pensando em outra coisa que não apenas cantar a música, por que isso acontece se você ordenou-se cantar a musica?
Note que geralmente aquela voz está pensando em outra coisa sobre a qual provavelmente você pensa sempre no mesmo horário, fazendo as mesmas coisas, ao mesmo tempo, experimentando sempre uma espécie de conforto.
Há um desequilíbrio entre o somos e queremos para nós e o que pensamos ou agimos. Entendo que o desequilíbrio do ego é o produtor desta situação, na mesma medida em que o conforto e propensão ao ócio arraigados na sociedade moderna em geral acabam adestrando nosso ego para a manutenção deste conforto.
Um ego desregulado toma o seu próprio controle de você, desviando-o do seu propósito universal, seja qual for sua religião ou crença, você intimamente sabe que está aqui para algo, ou vai estar em algum lugar depois desta vida.
Em minha última conversa com meu ego, criei uma regra e sempre que ele for se dirigir a mim, vai dizer “Chefe, lembre-se de fazer isso ou aquilo” e jamais “Faça isso ou aquilo”, quem manda aqui (em mim) sou eu!
Por isso, descubra qual é sua forma conversar consigo mesmo, medite, faça esportes, dance, ouça músicas, vá há sua igreja regularmente, seja qual for, mesmo que sua igreja seja a casa daqueles seus amigos ou seus pais, doe tempo para você descobrir o Ser que realmente é.
A compreensão disto e a relação saudável consigo mesmo irá te levar a buscar outras respostas, compreender quem é o seu Ser e para onde ele vai, do que ou por quem somos feitos, ou seja, certamente irá melhorar sua relação com todo o Universo, incluindo as pessoas ao seu redor.