Triste ironia do destino


Durante tanto tempo me contive
e não deixei ninguém saber aquilo que me tomava.

Segurei, guardei comigo porque entendia que meu íntimo não deveria ser exposto.

Mas agora sou tomado de assalto por esta vontade enorme de extravasar, de botar prá fora tudo que há em mim.

Se minha força e meus modos
me tolheram outrora, neste momento pareço não ter mais resistência para enfrentar minhas entranhas.

Já não me importo de estar num elevador, com meia dúzia de pessoas que não conheço.

Pouco me importa o que vão pensar. Danem-se. Está em mim e eu não posso mais conter.

Extravaso.

Todos me olham com reprovação.

Desculpem, são gases, justifico.