O meu primeiro ensaio

Hoje alguma coisa mudou aqui. Tava procurando um texto legal, algo que eu me identificasse, não achei. Nenhuma combinação de palavras, de escritores bem sucessidos, sábios, conseguiram me acalmar ou mesmo, me traduzir agora. Então, resolvi eu escrever alguma coisa, quem sabe alguém precisa ler isso, o mesmo que eu precisei e não tinha nada escrito ainda.

Tava pensando em quanta demagogia há nessa órbita, quanta hipocrisia é tanta coisa feia. Onde isso tudo vai parar? E aliás né, quem sou eu pra julgar alguma atitude. Ah, já errei tanto. Já se passou intolerância, arrogância, falta me compreensão. Não que não me entendam, mas eu também não entendo ninguém. Pra ser sincera, não quero entender também não. Quanto mais me ocupo em conhecer um ser humano, mais maldade eu descubro. Queria poder voltar pra`quele quarto simples da casa do Porto. Aquele quarto que tinha a parede pintada especialmente pra mim, e toda noite eu pensava no desenho, "o que será que o Chico Bento canta, enquanto a Rosinha tá debruçada na janela?". Sempre pensava que um dia eu ia ser igual a Rosinha, mas não sou. Já me debrucei em várias janelas e nenhuma delas me deu aquele olhar que a Rosinha tinha. Me pergunto se a anatomia humana existe um órgão que guarda amor, é o coração? Acho que não. O meu não tem defeito, e se esse órgão existir, o meu é anômalo. Sempre é assim, eu não sei lidar com as situações, me atropelo no meu batimento, minha respiração me entrega. Não sei encarar joguinhos, brincar de charminhos. Mas sei sorrir com sinceridade. Amar é muito fácil. Acho que é por isso que eu não gosto. Prefiro o desafio de esquecer, isso sim é difícil. Esquecer um abraço apertado, um beijo bem dado, um olhar fascinado. Tanta coisa que o nosso corpo guarda, tantas delícias e tantos mistérios. A mente as vezes é tão maliciosa e o coração é tão bobo.

Alê Trindade
Enviado por Alê Trindade em 31/05/2008
Código do texto: T1013486