Motivações humanas
Motivação é uma espécie de energia psicológica, um impulso, uma tensão que coloca o organismo humano em movimento, originando um determinado comportamento. Podemos dizer, outrossim, que é a integração de forças internas que movem o ser humano em direção a determinado objetivo, culminando com a satisfação de uma necessidade específica. Ou, então, o conjunto de motivos que conduzem o indivíduo à ação. E, por sua vez, motivos significam a conjugação de interesses, opiniões, atitudes e necessidades que geram as ações correspondentes.
A partir destas definições é-nos possível compreender o poder das motivações. Uma pessoa motivada é capaz de “mover montanhas”. Neste contexto, podemos ainda agregar outros termos: ânimo, estímulo, entusiasmo, otimismo, perseverança, objetivos, metas, resultados. Isto quer dizer que, além do dinamismo, da potência desta energia, é preciso que existam metas bem definidas, e que determinadas necessidades sejam satisfeitas.
O psicólogo americano Abraham Maslow criou a Teoria da Motivação. Segundo esta, as necessidades humanas estão organizadas e sobrepostas em níveis, em obediência a uma hierarquia. Podemos imaginar as necessidades humanas em uma pirâmide: na base, as primitivas, no topo, as evoluídas.
Assim, no primeiro nível encontramos as necessidades fisiológicas, primárias, de natureza instintiva. Por exemplo: oxigênio, alimento, abrigo, repouso, sexo. São necessidades que devem ser satisfeitas permanente e prioritariamente, para assegurar a própria sobrevivência.
No segundo, as necessidades de segurança e proteção frente a perigos, incertezas, doenças. Estas ameaças motivam o homem a procurar meios apropriados de defesa.
O terceiro apresenta as necessidades sociais, que surgem no contexto das motivações humanas no momento em que as dos níveis anteriores já se encontram relativamente satisfeitas. Elas compreendem a participação em uma família, em um grupo, em uma comunidade, pois o homem é, por natureza, um ente gregário. Neste sentido, devemos enfatizar: as necessidades de amar e ser amado são as mais fantásticas forças motivadoras do comportamento humano.
O quarto nível apresenta as necessidades relacionadas à autoconfiança, auto-avaliação, amor-próprio, aprovação social. O indivíduo precisa sentir-se único, especial, respeitado e prestigiado. Necessita sentir-se pleno de autonomia, independência, liberdade, dignidade. O homem que atingiu este nível de necessidades, e consegue satisfazê-las a contento, sente-se motivado a vivenciar sentimentos positivos, procura sentir-se desafiado, aprimora a faculdade de perceber a beleza do mundo a sua volta. Também realiza todos os esforços para desenvolver capacidades e talentos. No mesmo sentido, sente-se fortemente motivado a tornar-se mais do que aparenta ser, a vir a ser tudo o que pode ser, a concretizar suas potencialidades. Neste nível, o indivíduo precisa realizar-se, isto é, tornar-se real, transformar-se naquilo para o que foi criado.
De uma maneira geral, podemos observar que o homem pratica ações e toma atitudes, motivado por interesses alicerçados em ideais e valores práticos. Age de certa forma porque isto lhe proporciona utilidade, porque lhe satisfaz aspirações de ordem moral, estética, mística, artística, literária, social, esportiva, profissional. As motivações humanas conscientes são flexíveis e mutáveis, moldando-se continuamente às necessidades experimentadas nas diversas fases da vida. As pessoas são dotadas de necessidades complexas e diferenciadas, que orientam e dinamizam seu comportamento, em cada fase da existência.
Ao observarmos nossa própria vida, podemos descobrir as mais acalentadas motivações. Quando crianças, um brinquedo novo; na adolescência, a primeira namorada; mais tarde, o vestibular, o primeiro emprego; na idade adulta, a compra de uma casa ou apartamento, o casamento, o nascimento dos filhos. E tantas outras: a coleção de selos, o jogo de final de semana com os amigos, as festas com a família, as férias de verão.
Enfim, é possível vivenciar inúmeras motivações ao mesmo tempo. Porém, devemos ter o cuidado de administrá-las com prudência e discernimento. A umas, concederemos mais tempo e atenção, a outras, menos, consoante uma escala de prioridades. Conduzidas com sabedoria, as motivações conferem pleno sentido à nossa vida.
Do livro: "A Arte de Viver"