Negro: cor ou condição social?
Não se deve julgar uma pessoa pela aparência: cor da pele, jóias, vestimentas e, nem mesmo pela cultura, algo, assim exposto externamente ao mundo que o cerca, passível ao toque, por isso mesmo sujeito a manchas, corrupção, mas, sim pelo caráter, pelo coração, por tudo aquilo que retrata o seu mais profundo ser, invisível, principalmente, a olhos injetados de maledicências, portanto afeito ao toque, incorruptível.
Uma pessoa que se indigna, perde o controle emocional, se ofende ao ser chamada de negra! Ou preta! Esquece-se que é essa a sua condição verdadeira quanto à pele, a ofensa seria ser chamada de branca! Ou vice-versa, por não constituir uma verdade...E desde quando verdade é ofensa? Verdade é altruísmo. Claro! Esta palavra pode se tornar uma injúria a depender de quem a diz, do tom de voz, expressão facial, agora, caso a palavra seja dita não literalmente, porém carinhosamente: nego, a massagear o ego de quem a ouve, significa que, ao se dirigir a esta ou aquela pessoa com tal expressão, o racismo está na intenção do interlocutor.
Preconceito, preconceito racial, o negro é, geralmente, o primeiro a adotá-lo como estigma que corrói a alma, quando procura por parceiras louras, de pele clara, de preferência de olhos de alemão ou no mínimo loura oxigenada e a diz alma gêmea, diante de tantos traços postiços, concede a sociedade o direito de abordá-lo em ambientes públicos, por exemplo, o que aconteceu com o único juiz negro do 1º Tribunal do júri (SP) o qual foi abordado por um policial que estranhou vê-lo dirigindo um carro de luxo. Desconfiado indaga-lhe sua profissão e ele diz; juiz. O guarda arremata; De futebol?
Esta situação é palco constante no cenário brasileiro, com certeza, conseqüência do período negro da nossa História - a escravatura, a mancha negra, como a chamam a maioria dos historiadores, mancha essa que paira sobre o Brasil como nuvens pesadas na forma de racismo.
Enfim o que mantém as pessoas vivas, com o coração a vibrar diante das vicissitudes da vida? É o sangue que circula por todo e qualquer corpo vivo, independente da cor ou condição social, para quem quer que seja é vermelho, vermelho-vida.