MOLDURAS

Eu e as Molduras de Leo Barbosa Vai juntando letras e palavras para que a folha emoldure seu texto, crie expectativa ao leitor, crie confluência nas larguras, nos vazios e nos preenchimentos, crie uma aura de forma e jogo que só se concretiza ao abrir da primeira página, onde as palavras permitem a colheita e a recriação que se configura em cada mente solitária que olha e lê, que imagina e que crê em cada cor interna que surge, construção de significados que vão individualmente sendo emolduradas de novo, só que dessa vez do lado de dentro, cada pó de palavra que se incendeia ou se obscurece, que cai ou que ri, transforma o leitor e se transforma, deixando a âncora simbólica enraizada no branco das páginas que vão sendo foleadas como pétalas e ganham o céu azul ou o mar tempestuoso de nós que lemos essas pontas de icebergs deixadas por Leo Barbosa em seu livro Molduras. A chave da minha leitura do livro de Leo são as epígrafes iniciais de autores diversos que emolduram com as palavras pedaços de significados inesperados, mas sempre possíveis na engrenagem cognitiva, todas as epígrafes juntas pluralizam a palavra moldura gerando pontes que vão confortavelmente nos guiando página a página no livro. Por exemplo, “A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. Márcio Leitão...