Monografia Espacialidade da Morte São João Batista em Fortaleza -CE

O presente trabalho – A ESPACIALIDADE DA MORTE NO CEMITÉRIO SÃO JOÃO BATISTA EM FORTALEZA – CEARÁ – refere-se a uma pesquisa de caráter qualitativo, que tem como objetivo principal apresentar como se desenvolveu a distinção espacial ocorrida no Cemitério São João Batista, descrevendo a relação entre simbolismo, espaço e sacralidade. Este campo santo, inaugurado em 1866, veio como resultado da nova mentalidade surgida na época, motivada pelas inovadoras diretrizes burguesas de urbanismo e de higiene pública. Os cidadãos de Fortaleza desaprovavam a retirada dos enterramentos dos interiores das igrejas para os recém-inaugurados cemitérios, que representavam um caráter profano, por não ser mais administrado pelo clero. Devido a isso as necrópoles extraurbes seriam laicas e dessa forma, prejudicariam a ascensão da alma aos céus. A nova morada dos mortos tornou-se um espaço de memória e recordação, que através dos símbolos cristãos e heréticos expressavam os mais diversos sentimentos advindos das famílias dos defuntos. O São João Batista, como exemplo de cemitério oitocentista, demonstra como os espaços mais privilegiados serviram para engradecer e prestigiar a alma dos homens mais ilustres da capital cearense.