Vida e morte de Augusto Roy Último

Homem-livro O livro que lhes vai não é apenas um livro, é uma pessoa. Tenham todas as suas páginas por dias, semanas, meses etc.— o decorrer de sua vida—, e todas suas palavras e poemas, não só por palavras e poemas, mas pelas suas ações. Isto é, portanto, sua própria vida. Uma pessoa consubstanciada em um livro. Tudo quanto aqui falta dizer sobre ele, não falta, pois nada diria a seu respeito. Trabalho, moradia, terra natal, idade, data de nascimento e de morte... tais detalhes apenas deturpariam sua essência, assim como, por vezes, confundem a nossa. Este livro foi toda sua vida, ou melhor, sua existência. Não ouso sequer dizer, acreditando, que ele morreu, pois jamais esteve vivo, seria impossível. Eu diria, para facilitar com um exemplo, que se tratou de uma alma sem corpo, porém, seria muito dramático. Se dissesse, entretanto, que ele foi uma mente sem corpo, ficaria poético e mais adequado, mas devo dizer o que é mais verdadeiro, ele foi um personagem sem interprete. (continua na introdução)