DEPRESSÃO UM MONSTRO DOMÁVEL

Sinopse
Uns vinte dias após a suspensão do antidepressivo iniciaram-se manifestações de ansiedade e pânico: tremor, falta de ar, insônia. A “coisa” voltava. A manifestação da proximidade deste monstro é assustadora. Começa nos sugando toda a energia, até chegarem a fraqueza e o tédio. Depois vem o horror: a taquicardia, mãos e pés gelados, suores pela testa e axilas, o corpo treme que nem vara de bambu durante uma tempestade. O pavor alcança o grau máximo quando o surto de ansiedade oprime tanto o pulmão, que o peito começa a doer. O ar some da atmosfera, o chão desaparece sob os pés. A pessoa sente-se cortada das suas raízes. Embora possa parecer um chumbo, a depressão é também uma espécie de balão a gás porque nada segura a pessoa à terra. O pânico é tão intenso que dá um impulso louco em nosso organismo. Uma vontade de correr, de pular da janela, de vomitar. Quanto mais assustado você fica, pior são as sensações que experimenta. Quando se acha que a morte está batendo na janela e você já a abriu para pular, ou para o ar entrar, quando nosso corpo começa a apresentar sinais de desintegração - formigamentos e paralisias - procuramos loucamente distrair o pensamento desses sintomas, até que o ar conclua sua passagem nos nossos pulmões aniquilados. O surto vai passando e caímos exaustos no canto mais apertado da cama, rachados e atormentados por essa “coisa” que ninguém parece ver. O choro arrebenta nossa alma e desesperados... Até ele sair novamente do seu fétido esconderijo.
Autor:
Denair Guzon
Formato:
doc
Tamanho:
183 KB
Ano:
2004
Enviado por:
Denair Guzon
Enviado em:
18/05/2008
Reeditado em:
18/05/2008