Curitiba, itiba / Fotografia / 2015

Curitiba, itiba é uma provocação. O nome dado ao lugar pode significar pinheiro-do-paraná ou itiba - lugar onde. Assim, Curitiba pode ser traduzido livremente da língua tupi-guarani por lugar onde estão os pinheiros. Mas Itiba é lugar onde... É genérico. Todos nós estamos em algum onde, tentando nos encontrar no tempo e no espaço. Assim, fotografar Curitiba, hoje, é colocar-se no lugar da cidade cujo planejamento urbano obriga à retidão do pensamento por conta de suas ruas amplas e projetadas. É um lugar onde me encontrei vendo o mundo através de uma luz entre nuvens bastante curiosa e própria. Para fazer o caminho interior é indispensável o passeio de trem pela Serra do Mar, em plena Mata Atlântica, um dos trechos mais preservados do Brasil. Indo de Curitiba a Morretes pela antiga estrada de trem de ferro que dá no porto de Paranaguá a paisagem convida a ir a outros lugares dentro de si mesmo. Visitar a alma. Passando por Antonina se chega próximo ao mar. E a Estrada da Graciosa no retorno é um convite a observar o desafio humano de viver no planeta Terra. Curvas sem fim. Caminhos que dão em mirantes, cachoeiras e natureza exuberante. Mas as ruínas da estrada de ferro, de Antonina e de Curitiba são encantadoras. Ruína só pode acontecer depois que algo foi edificado. E abandonado ou esquecido. Mas toda ruína tem história. E minha alma de fotógrafo se encanta por aquilo que foi e não é mais, aquilo que o tempo e a finitude das coisas faz decair...